O novo presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, chegou
a Nova York neste domingo (23/09) para participar da Assembleia Geral da
Organização das Nações Unidas e anunciou que seu objetivo é denunciar o
bloqueio dos Estados Unidos contra a ilha. O discurso do mandatário deve ocorrer nesta quarta (26/09).
Nos últimos anos, a postura dos demais países membros do
organismo tem avançado com relação à questão cubana e, em 2017, apenas duas
nações votaram pela manutenção do bloqueio: Estados Unidos e Israel, enquanto a
ampla maioria votou contra e alguns se abstiveram.
Ao chegar nos EUA, Díaz-Canel falou à imprensa que neste
momento as relações entre os dois países passam por um período de retrocesso.
Durante a gestão de Barack Obama e Raúl Castro, as relações bilaterais tiveram
avanços significativos e as embaixadas foram reabertas nos dois
territórios.
Segundo o presidente cubano, o bloqueio dos Estados Unidos
“já fracassou e seguirá fracassando”. Porém, trata-se do mais longo bloqueio
econômico imposto sobre um país e condenou todas as gerações de cubanos nascidos
após a Revolução de 1959.
Com o bloqueio, Cuba tem negociações comerciais restringidas
a poucos países, desta forma, não consegue importar produtos básicos e não teve
condições de avançar em áreas fundamentais para o desenvolvimento como a
medicina e a engenharia devido aos entraves tecnológicos que a medida imperialista
causou.
Anualmente, o país divulga um relatório minucioso sobre os
impactos do bloqueio que afetam diretamente a vida do povo cubano.
Para o presidente cubano, a gestão de Donald Trump nos
Estados Unidos resgatou o clima de tensão que os dois países estavam
conseguindo superar. “O governo dos EUA traz uma administração que voltou a
retomar o discurso da guerra fria, revitalizou a Doutrina Monroe e que,
portanto, é uma administração com a qual é difícil avançar em uma relação de
igualdade”, disse Díaz-Canel.
Ele anunciou ainda que sua segunda mensagem à Assembleia
Geral da ONU será um pedido de paz e solidariedade. “Temos desejos de construir
um mundo melhor e de aportar como o pequeno país que somos nosso modesto
esforço nesta construção. Estamos certos de que é possível”.
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Díaz-Canel discursa nesta quarta-feira (26/09) na ONU (Foto: Estúdio Revolución)