O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, anunciou nesta terça-feira (12/03) que o governo venezuelano deu 72 horas para todos os funcionários diplomáticos dos Estados Unidos que ainda estejam no país deixem a nação sul-americana.
Mais cedo, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, afirmou que o governo norte-americano havia decidido retirar todos os funcionários da embaixada em Caracas ainda nesta semana. “Os EUA irão retirar todo o pessoal remanescente da embaixada da Venezuela nesta semana”, escreveu Pompeo em sua conta no Twitter.
Em comunicado oficial divulgado pela chancelaria, o governo venezuelano afirmou que “no dia 11 de março foi requerido ao governo dos Estados Unidos a saída do território nacional do pessoal remanescente de sua antiga embaixada em Caracas, no prazo das próximas 72 horas, contadas a partir das zero hora do dia 12 de março de 2019”.
Segundo o comunicado, “uma vez esgotado o prazo original de trinta dias e a extensão de quinze dias adicionais, a República Bolivariana da Venezuela decidiu não conceder uma nova prorrogação para a permanência dos agentes diplomáticos estadounidenses ainda presentes no país”.
De acordo com a chancelaria, a permanência do pessoal diplomático dos EUA proporciona “riscos para a paz, a integridade e a estabilidade do país”.
Ainda de acordo com o comunicado, o governo da Venezuela encerrou negociações com os Estados Unidos para implementar um possível acordo para estabelecer “escritórios de interesse”, com o objetivo de manter canais de diálogo entre Caracas e Washington.
Comunicado Oficial sobre la decisión del Gobierno Bolivariano de Venezuela de dar por terminadas las conversaciones con EEUU para el establecimiento de oficinas de intereses. El personal diplomático estadounidense debe abandonar territorio venezolano en las próximas 72 horas: pic.twitter.com/B6cnpHhSyE
— Jorge Arreaza M (@jaarreaza) 12 de março de 2019
“Venezuela informa a opinião pública sua decisão de dar por concluídas as conversas entre o governo dos Estados Unidos e o governo bolivariano da Venezuela sobre um possível acordo para o mútuo estabelecimento de escritórios de interesses após a ruptura de relações diplomáticas, processo durante qual ambas as partes se comprometeram a continuar”, declarou o ministério das Relações Exteriores venezuelano.
Pelo Twitter, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, criticou a postura do governo venezuelano. “Essa decisão reflete a situação de deterioração na Venezuela assim como a conclusão de que a presença da diplomacia dos EUA na embaixada se tornou uma restrição à política dos EUA”, afirmou Pompeo.
O presidente Nicolás Maduro já havia anunciado o rompimento total das relações diplomáticas com os EUA no dia 23 de janeiro, após acusar o governo de Donald Trump de dirigir uma operação golpista no país, incentivando o deputado de direita Juan Guaidó a se autoproclamar “presidente encarregado”.
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De acordo com a chancelaria, a permanência do pessoal diplomático dos EUA proporciona "riscos para a paz"