O assassinato do comandante Qasem Soleimani pode ser a escalada mais dramática nas relações entre EUA e Irã desde o início da Guerra do Iraque (2003-2011), afirmou nesta quinta-feira (02/01) o site da revista Foreign Police. Selimani foi morto num ataque aéreo ordenado pelo presidente Donald Trump ao aeroporto internacional de Bagdá.
Soleimani era um dos líderes da Guarda Revolucionária iraniana e o comandante da força Quds. Os ataques aéreos dos EUA foram realizados após a invasão da Embaixada dos EUA em Bagdá por militantes xiitas da milícia Kataib Hezbollah (KH), que seria apoiada pelo Irã.
Segundo Seth Jones, um especialista em Oriente Médio e guerra não convencional do Center for Strategic and International Studies ouvido pela publicação, até agora o Irã e os EUA se confrontavam de maneira indireta, em territórios de países terceiros, como o Iraque, Síria e Líbano.
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Haled Malekpour/Tasnim News Agency
O general iraniano Qasem Soleimani, morto em ataque dos Estados Unidos a aeroporto em Bagdá (Iraque)
“Até agora, o conflito entre o Irã e os EUA foi, sobretudo, indireto, envolvendo as sanções econômicas dos EUA e ataques contra aliados militares”, explicou. Para ele, a estratégia de guerra assimétrica do Irã, que apostava na expansão de forças militares aliadas ao redor da região, sofre um grande abalo com o assassinato de Soleiman.
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“O ataque eliminou a figura militar mais importante do Irã”, afirmou. “Soleiman supervisionava pessoalmente a expansão do Irã, criando um culto da personalidade por toda a região. Sua morte representa uma baixa significativa para a estratégia assimétrica do Irã”, acrescentou.
O ataque norte-americano representa uma mudança significativa na política de Donald Trump para o Oriente Médio, uma vez que o presidente dos EUA havia manifestado o desejo de retirar as tropas dos EUA da região.