O governo do Paquistão decidiu expulsar o embaixador francês em Islamabad, Marc Baréty, e irá boicotar todos os produtos franceses.
A decisão está estabelecida no acordo assinado pelo primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, e pelos ministros do Interior e dos Assuntos Religiosos, que foi discutido pelo governo com os líderes do movimento fundamentalista islâmico Tehreek-e-Labbaikh (TLP) e o qual a Ansa teve acesso nesta terça-feira (17/11).
A medida foi tomada por conta das declarações do presidente da França, Emmanuel Macron, no dia 21 de outubro.
Na ocasião, o líder francês fez um discurso em homenagem ao professor de história Samuel Paty, decapitado por um islamista em 16 de outubro após mostrar a seus alunos charges do profeta Maomé, e disse que não iria cercear a liberdade de expressão, incluindo as charges publicadas pela mídia.
No mesmo dia, o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão divulgou um comunicado no qual diz que Macron autoriza “a publicação de desenhos com blasfêmias” ao dizer que defende a liberdade de expressão no país.
O TLP mobilizou por dois dias milhares de manifestantes em um protesto contra o governo francês. O Paquistão criticou uma “campanha islamofóbica sistemática” na União Europeia.
Khan, por sua vez, acusou o presidente francês de atacar a fé muçulmana e pediu aos países islâmicos para trabalharem juntos para conter o que ele chamou de “crescente repressão” na Europa.