Depois de anunciar a expulsão de embaixadores de 10 países, incluindo dos Estados Unidos, França e Alemanha, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, recuou e disse nesta segunda-feira (25/10) que os diplomatas não são mais “persona non grata” na Turquia.
O líder da Turquia desistiu de expulsar os 10 embaixadores que assinaram um apelo pela libertação do opositor Osman Kavala, acusado de participação no fracassado golpe de Estado de 2016.
De acordo com Erdogan, os embaixadores mencionaram o compromisso com o artigo 41 da Convenção de Viena e “deram um passo atrás”. “Creio que agora serão mais prudentes no futuro”, disse o líder turco, após ter chamado a declaração dos diplomatas de “inaceitável”.
Em seu discurso no fim de uma reunião governamental, Erdogan voltou a atacar o apelo dos embaixadores estrangeiros em apoio a Kavala, detido há mais de quatro anos, falando sobre “declarações infundadas e desrespeitosas” e denunciando um atentado à soberania e ao sistema judicial do seu país.
“O judiciário turco não recebe ordens de ninguém, não vamos tolerar a interferência de um grupo de embaixadores. Esse desrespeito teve que ser respondido e era meu dever responder, em nome de minha nação e de meu país”, enfatizou Erdogan.
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De acordo com Erdogan, os embaixadores mencionaram o compromisso com o artigo 41 da Convenção de Viena e ‘deram um passo atrás’
Segundo ele, a “intenção não era provocar uma crise”, mas sim proteger a soberania da Turquia.
A crise diplomática tem como ponto central uma carta, divulgada na semana passada, defendendo a libertação imediata do opositor, que está preso desde 2017.
O texto foi assinado pelos embaixadores de Canadá, Dinamarca, França, Alemanha, Noruega, Suécia, Finlândia, Nova Zelândia e Estados Unidos e ressalta uma resolução do Tribunal Europeu de Direitos Humanos exigindo uma resposta rápida para o caso.
No entanto, Erdogan afirma que se tratou de uma intervenção indevida em assuntos internos turcos, algo visto como “irresponsável”.