Crise diplomática: Índia expulsa 41 diplomatas canadenses de Nova Délhi
Crise acontece após Justin Trudeau acusar Índia de envolvimento no assassinato de um cidadão canadense que era líder separatista considerado terrorista pelo governo de Modi
Segundo uma entrevista que representantes do Ministério das Relações Exteriores da Índia concederam ao jornal inglês Financial Times, Nova Délhi exigiu que 41 diplomatas do Canadá fossem removidos da embaixada no país asiático.
Os representantes indianos deram ao Canadá uma semana para que seus funcionários, cerca de dois terços dos que estão em território indiano, sejam retirados de Nova Délhi.
O primeiro-ministro canadense Justin Trudeau recusou-se a comentar as expulsões, segundo o jornal britânico The Guardian, mas afirmou "que o seu governo não pretendia agravar a disputa".
Os conflitos diplomáticos entre os dois países acontecem na esteira das acusações que o governo canadense do premiê Justin Trudeau fez contra a Índia, alegando que agentes indianos estivessem envolvidos no assassinato do cidadão canadense Hardeep Singh Nijja, um líder separatista da população Sikh considerado como terrorista pelo Estado indiano, na província canadense da Columbia Britânica em junho passado.
Com exceção da Índia, no estado de Punjab, a maior concentração da população Sikh é no Canadá, com 770 mil pessoas que seguem o Sikhismo como religião e defendem a criação de um Estado soberano e independente da Índia.
Após as declarações de Trudeau, a ministra das Relações Exteriores do Canadá, Melanie Joly, anunciou a expulsão de um diplomata indiano no território canadense, Pavan Kumar Rai, por seu suposto envolvimento com serviços de inteligência.
Segundo a agência Reuters, o governo da Índia "rapidamente descartou a afirmação do Canadá", classificando a acusação como "absurda".

Twitter/PMcanadien
Primeiro-ministro canadense Justin Trudeau recusou-se a comentar as expulsões
No entanto, insatisfeito com os movimentos separatistas dos Sikh em Punjab, em setembro, o governo indiano alegou que o Canadá "concede asilo ou cidadania a indivíduos que enfrentam graves acusações de terrorismo na Índia, permitindo que eles atuem livremente em solo canadense".
Segundo o governo indiano, os Sikh "promoveram agendas separatistas e se envolveram em assassinatos direcionados na Índia".
Na decorrência, a Índia respondeu a expulsão de seu diplomata no Canadá com uma medida similar, ordenando que o representante canadense Olivier Sylvestere deixasse Nova Délhi.
Após as retaliações dos dois lados, Trudeau pediu a colaboração do Estado Indiano para investigar o assassinato do líder separatista, alegando que "não queria causar problemas".
Apesar da tentativa de Trudeau em minimizar os efeitos das acusações, o Ministério das Relações Exteriores da Índia anunciou em 21 de setembro que o Canadá foi solicitado a reduzir o número de funcionários em suas missões diplomáticas no país asiático, para que houvesse paridade entre as missões dos dois países. No mesmo dia, a Índia suspendeu novos vistos para canadenses.
(*) Com Sputniknews