O governo chinês afirmou, nesta segunda-feira (12/12), em claro recado ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que, se Washington não respeitar a política de “uma só China”, não haverá estabilidade nas relações entre as duas potências.
A declaração veio após a ligação, no começo do mês, que Trump fez à presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e uma entrevista do eleito, exibida neste domingo (11/12) na Fox News, onde o magnata pôs em dúvida a política de “uma só China”. Essa diretriz que é a base das relações bilaterais entre China e EUA desde 1972, sete anos antes do restabelecimento total dos laços diplomáticos.
Se a política, pela qual Pequim insiste que seja reconhecida como o único governo da China, ao passo que Taiwan é uma província rebelde, mudar “o desenvolvimento estável das relações entre China e Estados Unidos estão fora de discussão”, afirmou nesta segunda um porta-voz do Ministério chinês de Relações Exteriores, Geng Shuang.
Agência Efe
Bandeira de Taiwan em frente a ilustração de Trump em jornal de Taipei: China demonstrou irritação com movimentos de eleito
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Geng afirmou que Pequim “está seriamente preocupada” pelas declarações de Trump. “Quero enfatizar que a questão de Taiwan é realmente um interesse central para a China”. “A adesão a princípio de 'uma só China' representa os alicerces políticos para o desenvolvimento das relações entre China e Estados Unidos”, disse.
“Se [o princípio de 'uma só China'] for comprometido ou interrompido, o crescimento estável das relações entre China e Estados Unidos, assim como a cooperação nas áreas mais importantes, está fora de discussão”, afirmou.
O porta-voz ressaltou que “pedimos à nova administração norte-americana que admitam a sensibilidade da questão de Taiwan e adiram à política de 'uma só China', assim como aos princípios estabelecidos pelos três comunicados conjuntos entre China e Estados Unidos”.
“Pedimos que os Estados Unidos administrem este assunto de maneira adequada e prudente para que não interrompa ou danifique os interesses gerais das relações bilaterais”. Segundo Geng, isso “não afeta só os interesses fundamentais das relações entre China e Estados Unidos, mas também a paz, a estabilidade e a prosperidade da Ásia-Pacífico e do resto do mundo”.