O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), expressou otimismo sobre a possível assinatura do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, apesar da intensificação da chamada “guerra da carne”.
A crise foi gerada após o Carrefour, uma rede de supermercados francesa, anunciar que não compraria carnes produzidas no Mercosul. A decisão gerou críticas do governo brasileiro e provocou um boicote por parte de frigoríficos brasileiros contra a empresa.
Esse conflito tem como pano de fundo a resistência do presidente francês, Emmanuel Macron, ao tratado comercial. “Ele [Macron] tem um ponto de vista absolutamente legítimo, no interesse da França, mas eu não vejo como excludentes a visão que está sendo patrocinada pela União Europeia, sobretudo com a liderança do presidente Lula aqui por parte do Mercosul, e os desdobramentos que ele próprio [Macron] pretende”, declarou Haddad.
O ministro revelou que discutiu o acordo entre a UE e o Mercosul com Macron durante a recente Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro. Apesar da oposição de Paris, diplomatas de ambos os blocos estão negociando a possibilidade de assinar o acordo na próxima cúpula semestral dos presidentes do Mercosul, que ocorrerá na próxima semana, no Uruguai.
Sobre o boicote dos frigoríficos brasileiros, como a gigante JBS, ao Carrefour, Haddad considerou a reação “justificável a esse tipo de declaração”, em referência às críticas do CEO da empresa francesa, Alexandre Bompard, às carnes produzidas no Mercosul.
(*) Com Ansa.