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Direitos Humanos

Com charge premiada, cartunista iraniano denuncia indiferença internacional a emergência de refugiados

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Em entrevista a Opera Mundi, Alireza Pakdel diz que sempre quis mudar o mundo com sua arte; ele foi o grande vencedor do 43o Salão Internacional de Humor de Piracicaba

Camila Alvarenga

2016-10-01T17:11:00.000Z

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“A emergência de refugiados é uma questão global e todos os artistas deveriam dar atenção a esse problema”. Com charge sobre refugiados premiada internacionalmente, o cartunista iraniano Alireza Pakdel conversou com Opera Mundi sobre a crise humanitária e o potencial do humor em ajudar causas sociais.


“Quando estourou a emergência dos refugiados eu me debrucei sobre esse tema. Desenhei a charge em solidariedade a eles”, disse o cartunista.

A emergência de refugiados se agravou nos últimos anos com a guerra na Síria e com a expansão de grupos extremistas como o Estado Islâmico, no Oriente Médio, e Boko Haram, no noroeste da África, assim como com crise humanitárias em países como Sudão e Eritreia.

Partindo da costa africana e turca, milhares de pessoas se arriscam diariamente em embarcações precárias na travessia do mar Mediterrâneo em busca de melhores condições de vida na Europa. Segundo a OIM (Organização Internacional para Migrações), 3.771 pessoas morreram em naufrágios no Mediterrâneo somente em 2015, e estima-se que essa taxa seja 50% maior em 2016.


Charge de Alireza Pakdel foi premiada em eventos internacionais na Turquia e no Brasil

A obra de Pakdel foi premiada na 36a Competição Internacional de Cartuns de Nasreddin Hodja, evento realizado na Turquia em julho, e também foi a grande vencedora do do 43o Salão Internacional de Humor de Piracicaba — que vai até o dia 12/10 —, tendo ficado com o Prêmio de Melhor Charge e o Grande Prêmio do evento.

Para Gilmar Machado, cartunista brasileiro e um dos jurados desta edição do Salão, a charge de Pakdel usa o humor para “denunciar, alertar e questionar” e, por isso, foi escolhida vencedora da premiação máxima do evento.

“A charge [do Pakdel] mostra muito bem qual é sua função, ou seja, usa linguagem do humor gráfico reflexivo para denunciar, alertar e questionar sobre aquele determinado assunto. Retrata de forma direta e objetiva a situação desesperadora dos refugiados”, disse ele a Opera Mundi.

“O trabalho do Pakdel, mais do que tratar da questão dos refugiados, posiciona-se criticamente em relação à mídia do espetáculo, ao distanciamento provocado pela saturação de informações. Neste sentido, o humor gráfico possibilita dar um passo adiante nas discussões sobre o tema e a premiação vem reforçar a importância desse olhar crítico”, afirmou à reportagem, por sua vez, a pesquisadora Geisa Fernandes, outra jurada desta edição do Salão.

Para Pakdel, vencer o Grande Prêmio do Salão foi uma oportunidade de chamar atenção para a crise humanitária. “O prêmio é um dos mais importantes do mundo. Espero que [minha charge] chame atenção e tenha um impacto nos países que estão recebendo e nos países que se recusam a receber refugiados”, afirmou.
 
Pakdel diz que desenha desde criança e que sempre quis trazer algo positivo ao mundo com sua arte. “Minha família comprava muitas revistas em quadrinhos para mim quando eu era criança. Lendo [essas revistas] sempre me dava vontade de ser um cartunista que pudesse impactar o mundo com a arte e o humor”, disse a Opera Mundi o cartunista.
 
Divulgação

Alireza Pakdel defende humor gráfico como forma de denúncia
 
Usando muitas cores e formas geométricas, Pakdel disse ter um “estilo único de fazer caricaturas”. “Gosto de desenhar meus personagens com apenas um olho”, afirmou.
 
Problemas sociais que estão diretamente ligados às vidas das pessoas são seus temas preferidos para desenhar.

“Minha esperança como um cartunista internacional é ser uma pessoa engajada [em causas sociais]. Pessoalmente eu gostaria de poder mudar o mundo com a minha arte”, afirmou Pakdel.
 

43o Salão Internacional de Humor de Piracicaba

O Salão Internacional de Humor de Piracicaba ocorre todos os anos desde 1974. Em cada edição, uma mostra principal exibe os melhores, segundo o júri, entre os trabalhos inscritos. Neste ano foram 2.773 inscritos, dos quais 426, provenientes de 57 países, entraram na mostra. São premiadas obras nas categorias de cartum, caricatura, charge e tira ou HQ e, dentre estas, uma é selecionada para o Grande Prêmio.

“O vencedor do grande prêmio é escolhido entre os vencedores de cada categoria, ou seja, é o campeão dos campeões. Por aí já se percebe a importância do prêmio”, explicou Fernandes.

Já Machado afirmou que o evento visa registrar em cada edição o “momento histórico” em que ela se encontra. “A charge do Pakdel mostra muito bem esse momento em que vivemos”.

Neste ano, os vencedores das principais categorias foram Ronaldo Cunha Dias, do Brasil, na categoria de cartum; Nasrin Abdosheykhi, do Irã, em caricatura; e Mohamed Ali Khoshkam, do Uzbequistão, em tira/HQ; além de Pakdel, vencedor na categoria das charges que acabou recebendo o Grande Prêmio.

Além disso, todos os anos uma obra recebe o prêmio do júri popular, em que o público é convidado a votar, por meio do site do evento, na obra de que mais gostaram dentre as que receberam menções honrosas em suas respectivas categorias. O vencedor do prêmio do júri popular desta edição foi o chargista colombiano Mauricio Parra, com o trabalho intitulado “Um Novo Futuro”, em que retrata a mudança na vida de meninas por meio do estudo em países islâmicos onde mulheres são proibidas de frequentar instituições de ensino.

Divulgação

Charge de Mauricio Parra, vencedora do prêmio por júri popular


43o Salão Internacional de Humor de Piracicaba
(além da mostra principal, o Salão conta com outras mostras paralelas e oferece oficinas e palestras)
Onde: Parque do Engenho Central, Piracicaba, SP
Quando: Até 12/10: terça a sexta das 9h às 17h e de sábado, domingo e feriados das 13h às 17h
Quanto: Entrada gratuita

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Política e Economia

Após receber carta de Bolsonaro, EUA pedem que Brasil adote “medidas imediatas” contra desmatamento

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Principal representante da Casa Branca saudou as promessas de luta contra o desmatamento ilegal no Brasil; cacique Raoni disse que são mentirosas

Redação

RFI RFI

Paris (França)
2021-04-16T22:40:00.000Z

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O governo dos Estados Unidos respondeu nesta sexta-feira (16/04) à carta enviada na véspera pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. O principal representante da Casa Branca sobre questões ambientais saudou as promessas de luta contra o desmatamento ilegal da Amazônia até 2030, mas pediu que iniciativas com resultados concretos sejam implementadas imediatamente.

"O fato de o presidente Bolsonaro ter confirmado o compromisso de eliminar o desmatamento ilegal é importante", disse o enviado especial de Joe Biden para a diplomacia climática, John Kerry. “Esperamos medidas imediatas e um diálogo com as populações indígenas e a sociedade civil para fazer com que esse anúncio se traduza em resultados concretos”, insistiu o representante de Washington em uma postagem nas redes sociais.

Na quinta-feira (15/04), a Presidência brasileira divulgou uma carta de sete páginas, antes da cúpula dos Chefes de Estado sobre a mudança climática que acontecerá em 22 de abril, na qual Bolsonaro diz estar disposto a trabalhar para cumprir as metas ambientais do país no Acordo de Paris e, para isso, pede recursos da comunidade internacional. "Queremos reafirmar nesse ato (...) o nosso inequívoco compromisso em eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030", dizia a texto.

O cacique Raoni, internacionalmente conhecido pela sua luta em defesa da preservação da Amazônia, chegou a reagir publicamente à carta de Brasília pediu ao presidente dos Estados Unidos para ignorar a promessa de Bolsonaro.

"Ele tem dito muitas mentiras", disse o líder indígena no vídeo divulgado pelo Instituto Raoni nesta sexta-feira. "Se este presidente ruim falar alguma coisa para o senhor, ignore-o (...). Ele [Bolsonaro] está querendo liberar o desmatamento nas nossas florestas, incentivando invasões nas nossas terras", acrescentou.

U.S. Department of State
Governo dos Estados Unidos respondeu nesta sexta-feira à carta enviada na véspera pelo presidente brasileiro

Biden cogitou sanções econômicas antes de ser eleito

A política ambiental do governo Bolsonaro é frequentemente criticada pelos ecologistas, mas também por vários líderes internacionais. O Brasil já foi alvo de medidas de retaliação no exterior, na tentativa de chamar a atenção para a situação na Amazônia.

Do lado dos líderes mundiais, o presidente francês Emmanuel Macron já criticou abertamente a posição de Brasília sobre a preservação do meio ambiente desde que Bolsonaro chegou ao poder. Em setembro passado, antes de ser eleito, Biden também cogitou a imposição de sanções econômicas contra o Brasil se não houvesse uma desaceleração do desmatamento.  

Muito mais próximo dos ex-presidente norte-americano Donald Trump que do atual governo democrata dos Estados Unidos, Bolsonaro informou que pretende participar da cúpula virtual sobre o clima organizada por Biden na semana que vem. Cerca de 40 liderem mundiais devem marcar presença no evento.

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