“O lar continua sendo o lugar mais perigoso para as mulheres, 60% delas foram vítimas de seus cônjuges ou outros membros da família”, afirma o texto do relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e da ONU Mulheres.
Esses números representam 140 mortes por dia ou uma a cada 10 minutos. O fenômeno “atravessa fronteiras e afeta todas as classes sociais e faixas etárias”, com o Caribe, a América Central e a África como as regiões mais afetadas, à frente da Ásia.
Nas Américas e na Europa, os feminicídios são cometidos principalmente pelo parceiro. No resto do mundo, os crimes são da autoria de outros membros da família.
Muitas vítimas relataram ter sofrido violência física, sexual ou psicológica antes de morrer, segundo dados disponíveis em alguns países. “Isto sugere que muitas mortes poderiam ter sido evitadas”, afirma o estudo, por exemplo, com “ordens judiciais”.
Feminicídios não são ‘inevitáveis’
Nas regiões onde é possível estabelecer uma tendência, a taxa de feminicídios estagnou ou diminuiu desde 2010, o que demonstra que esta forma de violência “está enraizada nas práticas e normas”, mas é difícil de ser erradicada, aponta a ONUDC, que analisou dados de 107 países.
Apesar dos esforços em vários países, “os feminicídios permanecem em um nível alarmante”, apontam os autores. “Mas não são inevitáveis”, segundo a diretora da ONU Mulheres, Sima Bahous, citada em um comunicado, que pede aos países que reforcem a legislação e melhorem a coleta de dados.