Milhares de mulheres argentinas se reuniram em mais de cem cidades do país na noite desta quarta-feira (19/02) para defender o novo Projeto de Lei Aborto Livre, que será apresentado ainda este ano ao Congresso.
A proposta deste ano é similar ao projeto que vem sendo apresentado desde 2008 e que foi rechaçado em todas as oportunidades. Em 2018, a proposta teve seu avanço mais significativo, ao ser aprovado na Câmara dos Deputados. No entanto, proposta foi rejeitada pelo Senado.
Desta vez, a proposta conta com o apoio do presidente Alberto Fernández, que afirmou durante a campanha eleitoral, e também em seu discurso de posse, que seu governo vê o aborto “não como um dilema filosófico, mas sim como um tema de saúde da mulher”.
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“É preciso que o Estado atue para evitar que milhares de mulheres argentinas morram todos os anos em abortos clandestinos”, disse o mandatário durante a cerimônia de posse.
O projeto Aborto Livre autoriza a interrupção voluntária da gravidez, de forma segura, até a 14ª semana de gestação.
Campaña Nacional por el Derecho al Aborto Legal, Seguro y Gratuito/Facebook
Concentração em Buenos Aires reuniu 300 mil pessoas no centro da capital; projeto conta com apoio do presidente Alberto Fernández
Em Buenos Aires, capital do país, organizadores estimam que mais de 300 mil pessoas se concentraram no centro da cidade para participar do ato. Durante a manifestação, o grito mais ouvido foi “em 2020 será lei”. Também foram feitas homenagens às mulheres vítimas de abortos clandestinos e vítimas de feminicídios.
Outro momento importante do ato foi a apresentação do Coletivo Lastesis, um grupo de chilenas feministas autoras da performance “El Violador Eres Tu”. Como a versão original está mais dedicada ao tema do abuso sexual, desta vez, elas mostraram uma versão especial sobre o tema do aborto, chamada “El Opresor Sos Vos” – com espanhol argentino.
*Com Fórum