O secretário de Estado da Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, disse nesta quarta-feira (03/06) que é contra o uso de tropas do Exército para reprimir os protestos antirracistas que ocorrem por diversas cidades norte-americanas desde o dia 25 de maio, quando George Floyd, cidadão negro de 46 anos, foi morto por um policial branco em Minneapolis.
Em coletiva concedida no Pentágono, Esper disse ser contra a convocação da Lei de Insurreição, após ameaças feitas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na noite da última segunda-feira (01/06) quando autorizou “milhares e milhares de tropas altamente armadas” para reprimir os manifestantes e disse que poderia usar militares nas ações.
“A opção de usar tropas para fazer cumprir a legislação deve ser usada como último recurso e apenas na mais urgente e terrível das situações. Não estamos em nenhuma situação dessas neste momento. Não apoio a invocação da Lei da Insurreição”, disse o secretário.
Esper ainda falou sobre a morte de Floyd, classificando o episódio como “um crime horrível” e destacando que “o racismo é real” nos EUA.
“A morte de George Floyd por um policial de Minneapolis é um crime horrível. Os policiais que estiveram no local, naquele dia, devem ser responsabilizados pelo seu homicídio. É uma tragédia que temos visto repetida demasiadas vezes. O racismo é real na América e devemos fazer o nosso melhor para o reconhecer, o confrontar e o erradicar”, disse.
Flickr/Geoff Livingston
Esper ainda falou sobre a morte de Floyd, classificando o episódio como "um crime horrível"
‘Terrorismo doméstico’
Em pronunciamento na Casa Branca na noite desta segunda, Trump afirmou que autorizou o uso de “milhares de tropas altamente armadas” e classificou as manifestações como “terrorismo doméstico”.
O presidente ainda ameaçou os governadores e prefeitos que não aceitarem disponibilizar tropas da Guarda Nacional para reprimir os protestos.
“Se a cidade ou o estado se recusar a tomar as medidas necessárias para defender a vida e a propriedade de seus residentes, então eu enviarei os militares e rapidamente irei resolver o problema por eles”, afirmou.
Trump ainda afirmou que não permitirá “que uma máfia raivosa domine os protestos”. “Esses são atos de terrorismo doméstico. O derramamento de sangue é uma ofensa contra a humanidade e contra deus”, disse.
Os protestos antirracistas desencadeados pela morte de Floyd entraram no 8º dia consecutivo na noite desta terça-feira (02/06). Segundo o jornal New York Times, desde o dia 25 de maio, quando Floyd foi assassinado, mais de 140 cidades por todo o país registraram manifestações.
Novos protestos são esperados na noite desta quarta-feira (03/06).