Milhares de pessoas protestaram na tarde desta quinta-feira (04/06) na cidade mexicana de Guadalajara para exigir justiça pela morte de Alejandro Giovanni López, de 30 anos, que faleceu após ser detido pela polícia.
Na quarta-feira (03/06), os parentes de López divulgaram um vídeo, do dia 4 de maio, que mostra o jovem sendo carregado à força para uma viatura por agentes do município de Ixtlahuacán de los Membrillos. A causa da prisão teria sido a falta de uso de máscara de proteção facial em local público.
No dia seguinte, a família do detido foi até a Polícia Municipal de lxtlahuacán para procurá-lo e solicitar sua libertação. No local, informaram que López havia sido transferido para o Hospital Civil de Guadalajara, onde morreu em consequência de golpes que recebeu, segundo as autoridades do Estado e o registro na certidão de óbito.
A divulgação de um vídeo sobre o caso nas redes sociais iniciou uma onda de protestos na frente do palácio do Governo de Guadalajara, sob cantos de “Giovanni não morreu, o Estado o matou”, denunciando a violência policial da cidade e pedindo a saída do governador Enrique Alfaro.
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Momento em que a polícia avança contra os manifestantes perto do Palácio do Governo de Guadalajara
Por quase duas horas, a multidão pintou as paredes e janelas internas do Palácio antes de serem expulsas à força pelos agentes, que lançaram gás lacrimogêneo contra os manifestantes e usaram pedaços de madeira para dispersar quem estava no local.
Na ala norte do prédio, três patrulhas da polícia estadual foram quebradas e queimadas. Dentro dos veículos havia cartuchos que começaram a explodir com fogo, segundo confirmou autoridades da Proteção Civil.
Alfaro, governador de Jalisco, onde fica Ixtlahuacán de los Membrillos, disse pelo Twitter que as autoridades não estão investigando o motivo por qual López foi preso, mas o “porquê ele foi morto e quem o matou”.
“Isso é o mais importante. Não pode haver causa que justifique esse fato brutal”, afirmou.
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ONU-DH) no México condenou a morte de López e instou as autoridades a realizar “uma investigação imediata, eficaz, exaustiva, independente, imparcial e transparente” que inclua a violações de direitos humanos que teriam sido cometidas.
(*) Com La Jornada e teleSur.