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Direitos Humanos

Justiça peruana julga responsáveis por esterilizações forçadas no governo Fujimori

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Três ex-ministros da Saúde serão julgados por mais de 300 mil esterilizações realizadas em mulheres indígenas sem consentimento

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-03-04T21:51:00.000Z

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O julgamento do caso de esterilizações forçadas contra mais de 300 mil mulheres indígenas que ocorreu no governo do ex-presidente peruano Alberto Fujimori, entre 1990 e 2000, começou na última quinta-feira (03/03) no Peru, depois de mais de 20 anos de espera. 

Ao longo do processo judicial, três ex-ministros da Saúde, Eduardo Yong Motta, Marino Costa Bauer e Alejandro Aguinaga serão julgados pela realização de cirurgias que ocorreram entre 1996 e 1998 sem o consentimento das vítimas. O último inclusive é congressista atualmente, eleito pelo partido Força Popular, que representa o fujimorismo ainda hoje no Peru. 

Os ex-titulares ministeriais serão investigados na Justiça peruana por crime contra a vida, o corpo e a saúde, e lesões graves seguidas de morte em contexto de graves violações dos direitos humanos.

Além disso, mais de 750 pessoas, vítimas, familiares de vítimas ou envolvidas de alguma forma no processo, prestarão depoimento ao juiz responsável pelo caso, Litman Ramírez Delgado, até o mês de julho.

Ainda nesta quarta-feira (02/03), às vésperas do início do julgamento, vítimas das esterilizações pediram ao Procurador da Nação e ao Presidente do Judiciário "que garantam uma investigação independente e imparcial, livre de discriminação". 

Fujimori, por outro lado, não será ouvido no julgamento. Preso no Chile em 2005 e extraditado a pedido do Peru, ele cumpre uma pena de prisão de 25 anos por crimes contra a humanidade. Para que seja culpado pela promoção consciente e deliberada das esterilizações forçadas, é necessário que o sistema de justiça chileno concorde em ampliar as acusações de sua extradição.

A Coordenadoria Nacional de Direitos Humanos (Cnddhh) e a organização Estudo em Defesa dos Direitos da Mulher (Demus) reivindicam que sejam iniciados procedimentos para ampliar a extradição de Fujimori.

Wikicommons
'Somos filhas das camponesas que não puderam esterilizar', diz cartaz registrado em protesto no Peru em 2016

Esterilizações forçadas no governo de Alberto Fujimori

O ex-presidente Alberto Fujimori, hoje com 83 anos, governou o país entre 1990 e 2000, tendo dado um autogolpe em 5 de abril de 1992. Ele contou com o apoio das Forças Armadas para dissolver o Congresso, intervir no Poder Judiciário, tomar meios de comunicação e perseguir a oposição.

Preso no Instituto Penitenciário Nacional (INPE) em Lima, o ex-ditador cumpre pena de 25 anos por crimes contra a humanidade e corrupção. No começo de 2018, ele chegou a receber um indulto humanitário, depois de ter sido internado em uma unidade de terapia intensiva da cidade, com atestado de doença degenerativa, progressiva e incurável. Em outubro do mesmo ano, o indulto foi anulado. 

A prática da imposição de esterilizar mulheres era uma das medidas do Programa Nacional de Planejamento Familiar. Estima-se que mais de 300 mil mulheres e 25 mil homens em idade fértil e reprodutiva, sobretudo entre camponeses e indígenas, foram esterilizados sem consentimento. 

Na verdade, o Comitê Latino-Americano e Caribeno dos Direitos da Mulher (Cladem) concluiu que apenas 10% das mulheres esterilizadas naquele período deram “consentimento genuíno” à operação. Há relatos também de complicações pós-operatórias, condições precárias de higiene, profissionais despreparados e mortes. 

Organizações como a Anistia Internacional e a Cladem ouviram depoimentos junto ao Congresso peruano de pessoas que foram submetidas ao processo. Elas relataram os métodos de assédio, ameaças e chantagens empregados por funcionários dos órgãos de saúde naquela época. 

Uma maneira de pressão era ameaçar mães de recém-nascidos com a recusa ao registro civil do bebê. Outra ameaça era a de fazer abortos em mulheres grávidas ou a chamar a polícia para aquelas que não aceitassem a esterilização. Incentivos financeiros também eram pagos aos maridos para que eles assinassem autorização ao procedimento. 

O Tribunal Penal Internacional (TPI) classificou os atos como crimes contra a humanidade, e em 2015, o tema foi elevado por decreto a "assunto de interesse nacional do Peru" durante o governo de Ollanta Humala. 

A filha do ex-presidente, Keiko Fujimori, que lançou campanha à presidência pela terceira vez no ano anterior, chegou a declarar que as esterilizações forçadas trataram-se, na verdade, de “planejamento familiar”.

“No caso do processo que está sendo realizado sobre aquilo que ´e mal chamado de 'esterilizações forçadas', que na verdade ´é um plano de planejamento familiar, são investigações que estão sendo feitas há 20 anos e já foram ajuizadas quatro vezes”, declarou na ocasião. 

A então candidata da sigla Fuerza Popular perdeu as eleições para o atual presidente do país, Pedro Castillo.

(*) Com Telesur

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Guerra na Ucrânia

Rússia diz que assumiu o controle total de Lugansk

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Ministério da Defesa da Rússia afirma que suas tropas tomaram a cidade estratégica de Lysychansk, assegurando o controle da região de Lugansk, no leste da Ucrânia

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-07-03T20:53:00.000Z

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A Rússia reivindicou neste domingo (03/07) o controle de toda a região de Lugansk, no leste da Ucrânia, após a conquista da cidade estratégica de Lysychansk, que foi palco de intensos combates.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, o titular da pasta, Serguei Shoigu, informou oficialmente "o comandante em chefe das Forças Armadas russas, Vladimir Putin, sobre a libertação da República Popular de Lugansk".

Mais tarde, o Estado-Maior da Ucrânia confirmou em um comunicado publicado no Facebook que as tropas ucranianas foram forçadas a se retirar de Lysychansk,

"Depois de intensos combates por Lysychansk, as Forças de Defesa da Ucrânia foram forçadas a se retirar de suas posições e linhas ocupadas", disse o comunicado.

"Continuamos a luta. Infelizmente, a vontade de aço e o patriotismo não são suficientes para o sucesso - são necessários recursos materiais e técnicos", disseram os militares.

Lysychansk era a última grande cidade sob controle ucraniano na região de Lugansk.

Na manhã deste domingo, o governador ucraniano da região de Lugansk, Serguei Gaidai, já havia sinalziado que as forças da Ucrânia estavam perdendo terreno em Lysychansk, uma cidade de 100.000 habitantes antes da guerra. "Os russos estão se entrincheirando em um distrito de Lysychansk, a cidade está em chamas", disse Gaidai no Telegram. "Eles estão atacando a cidade com táticas inexplicavelmente brutais", acrescentou.

A conquista de Lysychansk - se confirmada - pode permitir que as tropas russas avancem em direção a Sloviansk e Kramatorsk, mais a oeste, praticamente garantindo o controle da região, que já estava parcialmente nas mãos de separatistas pró-russos desde 2014.

Militärverwaltung der Region Luhansk/AP/dpa/picture alliance
Lysychansk está em ruínas após combates entre as forças russas e ucranianas

No sábado, um representante da "milícia popular de Lugansk" havia afirmado que os separatistas e as tropas russas haviam cercado completamente Lysychansk, algo que foi inicialmente negado pela Ucrânia

Explosões em cidade russa

Ainda neste domingo, a Rússia acusou Kiev de lançar mísseis na cidade de Belgorod, perto da fronteira entre os dois países.

"As defesas antiaéreas russas derrubaram três mísseis Totchka-U lançados por nacionalistas ucranianos contra Belgorod. Após a destruição dos mísseis ucranianos, os restos de um deles caíram sobre uma casa", informou o porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

O governador da região, Viacheslav Gladkov, já havia anunciado anteriormente a morte de pelo menos três pessoas em explosões naquela cidade.

As acusações levantadas por Moscou foram divulgadas um dia depois de a Ucrânia denunciar o que chamou de "terror russo deliberado" em ataques na região da cidade ucraniana de Odessa.

Segundo autoridades militares e civis ucranianas, pelo menos 21 pessoas, incluindo um menino de 12 anos, foram mortas na sexta-feira por três mísseis russos que destruíram "um grande edifício" e "um complexo turístico" em Serhiivka, uma cidade na costa do Mar Negro, a cerca de 80 km de Odessa, no sul da Ucrânia.

"Isso é terror russo deliberado e não erros ou um ataque acidental com mísseis", denunciou o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, na noite de sexta-feira, enquanto as autoridades locais asseguraram que "não havia qualquer alvo militar" no local dos ataques.

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