A Rede Global Contra Crises Alimentares, aliança criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e União Europeia, afirmou nesta quarta-feira (11/05) que 193 milhões de pessoas enfrentaram “segurança alimentar aguda” em 53 países ou territórios no ano de 2021.
Os dados foram publicados no sexto relatório da aliança e indicam que o número de pessoas enfrentando diversos níveis de crise de fome aumentou em 40 milhões em 2021, ano relativo ao estudo.
Segundo as Nações Unidas, o total está 22% acima do recorde registrado em 2020, com uma alta da fome constante observada em 39 dos territórios avaliados desde 2018.
Países como Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique são os mais afetados pela insegurança alimentar aguda nos últimos anos. Entre os eventos extremos que prejudicaram a situação alimentar em Moçambique, por exemplo, estão tempestades tropicais, chuvas torrenciais e inundações.
Já Cabo Verde registou o quinto ano consecutivo sem produção agrícola significativa, tal como aconteceu em diversas nações do Sahel, região africana entre o deserto do Saara e a savana do Sudão.
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Dados foram publicados no sexto relatório da Rede Global Contra Crises Alimentares, aliança entre a ONU e UE
Para o estudo, a guerra é o “principal motor da fome”, acompanhada de mudanças climáticas e choques econômicos, ressaltando a projeção de piora no cenário mundial de segurança alimentar.
Na Europa, em 2021, 38 milhões estavam em insegurança alimentar grave ou moderada, principalmente nas regiões de Donetsk e Lugansk, repúblicas separatistas localizadas no território ucraniano.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou que “o conflito ucraniano é mais um peso na crise tridimensional de alimentos, energia e finanças com impactos arrasadores sobre pessoas e países mais vulneráveis do mundo e suas economias”.
(*) Com ONU News