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Direitos Humanos

Caso Dom e Bruno: ativistas protestam em Bruxelas e eurodeputada denuncia campanha de difamação promovida por Bolsonaro

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Assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira geraram revolta na Europa

Letícia Fonseca-Sourander

RFI RFI

Paris (França)
2022-06-16T22:00:00.000Z

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O assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira também causou indignação no Parlamento Europeu e protestos em Bruxelas. A deputada do Partido Verde e vice-presidente da delegação do executivo europeu para o Brasil, Anna Cavazzini disse que as mortes “são notícias terríveis”, que confirmam a situação difícil dos ativistas ambientais e dos direitos humanos que atuam no Brasil.

“Expresso minhas profundas condolências às suas famílias e amigos. As autoridades brasileiras devem investigar imediatamente os antecedentes destes assassinatos e levar os responsáveis à Justiça”, disse a eurodeputada nessa quinta-feira (16/06).

Cavazzini ressaltou que “esses assassinatos são também consequência da difamação de ativistas de direitos humanos e ambientais promovida pelo presidente Bolsonaro, além do desmantelamento das legislações ambiental e de direitos humanos no país”. Para ela, “o atual e o futuro governo brasileiro devem fazer todo o possível para assegurar que ativistas de direitos humanos, ambientais e climáticos sejam melhores protegidos no futuro”.

Mais cedo, uma delegação da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) protestou em frente ao prédio do Parlamento Europeu, em Bruxelas, exigindo respostas sobre o desaparecimento do jornalista e do indigenista, no Vale do Javari. Ativistas do movimento Extinction Rebellion estavam também presentes no protesto desta.

Simulação de enforcamentos em praça pública

Carregando cartazes com os rostos de Dom Phillips e Bruno Pereira, alguns militantes usavam macacões com os dizeres “Cena de crime climático”, enquanto outros simulavam um enforcamento em praça pública.

Twitter/Grupo Verde/ALE Parlamento Europeu
Bruxelas tem sido palco de inúmeras visitas de líderes indígenas brasileiros em busca do envolvimento da União Europeia em suas lutas

No início da semana, as lideranças indígenas do Brasil participaram de várias reuniões no Parlamento Europeu. Eles ressaltaram a importância de uma forte legislação anti-desmatamento, que respeite os direitos internacionais dos povos indígenas e que inclua diretrizes e sanções de rastreabilidade das commodities em todos os biomas do Brasil. A Europa está debatendo a adoção de uma lei anti-desmatamento.

A delegação é composta pelos coordenadores executivos da APIB, Dinamam Tuxá, Eunice Kerexu e Kretã Kaingang, pelo coordenador jurídico da APIB, Eloy Terena, e pelas lideranças indígenas Crisanto Rudzo Tseremey’wa, Edilena Krikati e Cassimiro Tapeba.

Denúncias em solo europeu

Bruxelas tem sido palco de inúmeras visitas de líderes indígenas brasileiros em busca do envolvimento da União Europeia em suas lutas. No mês passado, a líder indígena Maria Leusa Kaba Munduruku esteve na Bélgica para denunciar as mineradoras e explicar que elas são responsáveis por prejudicar grupos indígenas e destruir a floresta tropical mais importante do mundo. Munduruku tentou convencer os legisladores do bloco europeu a reforçar propostas para responsabilizá-los.

“Vim à Europa para denunciar isso e dizer às pessoas que compram ouro que ele vem com o sangue indígena, e elas são culpadas por isso também” afirmou Munduruku ao site de notícias Politico. “Eles são os perpetradores da violência que está acontecendo no Brasil”.

A Comissão Europeia divulgou, em fevereiro passado, uma proposta com novas regras para responsabilizar as empresas que fazem negócios na União Europeia e que são responsáveis por abusos dos direitos humanos em suas cadeias de suprimento. A iniciativa também contempla dar às vítimas o direito de processar por danos. A proposta ainda está sendo discutida no Parlamento Europeu.

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Direitos Humanos

Abbas chama de Holocausto ataques de Israel a palestinos

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Declaração do presidente da Autoridade Nacional Palestina foi feita durante visita a Berlim e causou indignação do chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-17T14:15:00.000Z

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Em visita a Berlim, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, classificou nesta terça-feira (16/08) como "Holocausto" os frequentes ataques de Israel contra os palestinos, provocando indignação do chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz.

"Israel cometeu 50 massacres em 50 locais palestinos desde 1947", disse Abbas, em entrevista coletiva ao lado de Scholz. "Cinquenta massacres, cinquenta Holocaustos", acrescentou Abbas.

Scholz acompanhou as declarações com uma expressão petrificada, visivelmente irritado. No entanto, não fez nenhum comentário sobre o assunto durante a coletiva.

A polêmica declaração veio após Abbas ser questionado por um jornalista se pediria desculpas a Israel no 50º aniversário do ataque à equipe olímpica israelense por terroristas palestinos em Munique.

Abbas disse haver pessoas mortas pelo exército israelense todos os dias. "Se queremos continuar cavando no passado, sim, por favor". No entanto, não se pronunciou diretamente sobre o ataque durante os Jogos Olímpicos de 1972, no qual 11 israelenses foram mortos.

Steffen Hebestreit, porta-voz de Scholz, declarou a conferência de imprensa encerrada imediatamente após a fala. A pergunta ao presidente da Autoridade Nacional Palestina já havia sido anunciada como a última da coletiva. Mais tarde, Hebestreit relatou que Scholz ficou indignado com a declaração de Abbas.

Horas depois, o próprio Scholz comentou a polêmica ao jornal alemão Bild. "Especialmente para nós, alemães, qualquer relativização do Holocausto é insuportável e inaceitável", disse. Durante a Segunda Guerra Mundial, cerca de seis milhões de judeus foram assassinados no programa de extermínio promovido pelo regime nazista.

Em 5 de setembro de 1972, um esquadrão terrorista palestino entrou no complexo olímpico de Munique e fez reféns membros da equipe israelense. Onze atletas israelenses e um policial alemão morreram em uma operação fracassada de resgate.

O líder do partido de oposição União Democrata-Cristã (CDU), Friedrich Merz, disse que foi "incompreensível" a forma como Scholz tratou o incidente. Pelo Twitter, Merz afirmou que o chefe de governo deveria ter "claramente contrariado" o presidente da Autoridade Nacional Palestina. O político da CDU Armin Laschet chamou a fala de Abbas de "a pior gafe já ouvida na Chancelaria Federal".

Janine Schmitz/photothek/picture alliance
Abbas fez declaração em coletiva de imprensa na Chancelaria em Berlim

Scholz critica acusações de "apartheid"

Na mesma coletiva, Abbas já havia feito outra declaração polêmica e sido repreendido por Scholz.

O presidente da Autoridade Palestina descreveu a forma como os palestinos são tratados pelo governo israelense como "apartheid", levando Scholz a se distanciar imediatamente dos comentários.

"Quero dizer explicitamente neste momento que não adoto a palavra apartheid e que não acho que seja a maneira correta de descrever a situação", disse Scholz.

Embora no passado a Alemanha tenha manifestado apoio à criação de um eventual Estado Palestino, sob o que é chamado de "solução de dois Estados", Scholz disse nesta terça-feira a repórteres que "não seria o momento de mudar a situação".

O apartheid é a doutrina de separação de grupos populacionais étnicos individuais, como o ocorrido na África do Sul até 1994. É reconhecido internacionalmente como um crime contra a humanidade.

Em 1967, Israel conquistou a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e as Colinas de Golã na Guerra dos Seis Dias. A ONU classifica as áreas como ocupadas. Os palestinos as querem para seu próprio estado da Palestina - com Jerusalém Oriental como capital. O processo de paz entre Israel e os palestinos está parado desde 2014.

Polêmica com precedentes

Não é a primeira declaração controversa de Abbas sobre o tema. Em 2018, ele afirmou que os judeus não haviam sofrido historicamente por causa de sua religião, mas por terem sido banqueiros e credores de dinheiro. Abbas disse que os judeus que viviam na Europa sofreram massacres "a cada dez a 15 anos em algum país desde o século 11 até o Holocausto".

"Dizem que o ódio contra os judeus não foi por causa de sua religião, foi por causa de sua função social. Então, a questão judaica que se espalhou contra os judeus em toda a Europa não foi por causa de sua religião, mas por causa de agiotagem e dos bancos", disse Abbas na época. Dias depois, ele se desculpou pelas declarações antissemitas.

Abbas obteve um doutorado em História no Instituto de Orientalismo de Moscou, em 1982, na então União Soviética. Sua dissertação, intitulada A relação secreta entre o nazismo e o movimento sionista, atraiu críticas generalizadas de grupos judaicos, que o acusaram de negação do Holocausto. Em 2014, ele se defendeu das acusações de ser antissemita ao afirmar que o Holocausto foi "o pior crime da história moderna".

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