Uma embarcação com centenas de migrantes a bordo, que emitiu um pedido de ajuda no mar na madrugada desta terça-feira (22/11), atracou num porto da ilha grega de Creta, anunciou a Guarda Costeira.
O barco com as pessoas foi rebocado até o porto, “mas elas ainda não desembarcaram”, anunciou um porta-voz da Guarda Costeira da Grécia.
Segundo o canal público ERT, 430 pessoas estão a bordo da embarcação que foi rebocada por um barco de pesca até o porto de Palaiochora, no sudoeste de Creta. As autoridades locais não informaram a nacionalidade dos migrantes. As imagens da ERT mostram essencialmente homens, em um barco velho e enferrujado.
Mais cedo, a Guarda Costeira da Grécia havia anunciado uma operação de resgate de um pesqueiro com centenas de migrantes a bordo, que estava em situação de perigo ao sudoeste da ilha de Creta.
“O pedido de emergência afirmou que entre 400 e 500 pessoas estão a bordo”, afirmou uma porta-voz da Guarda Costeira, antes de informar que os fortes ventos dificultavam a operação.
Dois navios de carga, um petroleiro e dois pesqueiros italianos prestaram ajuda, segundo a mesma fonte.
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Guarda Costeira da Grécia havia anunciado operação de resgate de um pesqueiro com centenas de migrantes a bordo
Aumento de naufrágios
Com o aumento das patrulhas da Guarda Costeira grega e da agência de fronteira da União Europeia, a Frontex, no Mar Egeu, os traficantes de migrantes estão utilizando cada vez mais a rota mais longa e perigosa ao sul de Creta, segundo as autoridades gregas.
“Quase 80% dos fluxos da Turquia vão diretamente para a Itália”, disse o ministro grego da Migração, Notis Mitarachi, na semana passada.
Esse tipo de situação dramática aumentou porque os migrantes arriscam suas vidas em embarcações improvisadas, em condições de navegações difíceis, em pleno começo de inverno na Europa.
Em 11 de outubro, ao menos 30 pessoas morreram em dois naufrágios nas costas das ilhas gregas de Lesbos e de Citera. No último naufrágio, que matou ao menos oito pessoas, dezenas de sobreviventes, vindos sobretudo do Iraque, do Irã e do Afeganistão, ficaram presos em uma falésia e tiveram que ser içados com um guindaste pelas equipes de resgate.
No começo de novembro, mais de 21 pessoas morreram e dezenas estão desaparecidas em naufrágios simultâneos nas costas das ilhas de Samos e Eubeia.