O governo italiano efetuou, pela primeira vez, o pagamento de uma indenização aos familiares das vítimas das atrocidades cometidas pelas forças fascistas na Itália durante a Segunda Guerra Mundial.
O montante de 800 mil euros — 5.079440 de reais — foi destinado aos parentes de Metello Ricciarini, uma das 244 pessoas mortas no massacre de Civitella, em Val di Chiana, ocorrido em 29 de junho de 1944. O pagamento foi feito com base em uma lei aprovada em 2022 pelo governo do ex-premiê Mario Draghi.
“Depois de uma longa espera, marcada por vários obstáculos, o Ministério da Economia e Finanças, em conformidade com o decreto 36/2022 promovido pelo governo Draghi, depositou os 800 mil euros para os familiares”, anunciou o senador Dario Parrini, do Partido Democrático (PD).
Parrini, que é vice-presidente do Comitê de Assuntos Constitucionais da Câmara Alta, também lembrou que, no 80º aniversário do massacre, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, visitou o município de Arezzo em 25 de abril.
Ele afirmou que o pagamento representa um “primeiro passo importante” da “batalha de conscientização” em andamento há quase dois anos sobre a compensação para os herdeiros das vítimas de crimes fascistas.
“Essas boas notícias não significam que devemos relaxar. Precisamos continuar nosso compromisso para garantir que os direitos dos herdeiros das vítimas sejam plenamente atendidos”, acrescentou Parrini.
O senador destacou ainda que a indenização foi resultado de uma longa ação judicial iniciada por décadas, conduzida pelo advogado Roberto Alboni, filho de uma das filhas de Ricciarini, Metella, nascida um mês após a morte de seu pai. A decisão que resultou no pagamento foi emitida pela Suprema Corte em 2008, mas a execução da sentença demorou mais de 15 anos.
“Existem ainda centenas de pessoas que esperam justiça, e isso não será alcançado sem uma mudança significativa na postura do governo. É crucial que a mobilização continue”, concluiu Parrini.
(*) Com Ansa.