Terça-feira, 10 de junho de 2025
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O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) informou, nesta terça-feira (03/06), que quatro milhões de pessoas fugiram do Sudão para países de fronteira devido à guerra local, que chegou ao seu segundo ano em 2025.

“Esses civis estão fugindo aterrorizados, muitos sob fogo, passando por postos de controle armados, extorsão e restrições severas impostas por grupos armados”, declarou a entidade.

Definindo o fenômeno como “a crise de deslocados mais devastadora do mundo”, o Acnur alertou que “se o conflito continuar, outras milhares de pessoas continuarão a fugir, colocando em risco a estabilidade regional e global”.

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De acordo com o Acnur, fluxo mais recente no Chade teve início no fim de abril devido ao ataques cometidos por grupos armados em Darfur
UNHCR/X

Dossou Patrice Ahouansou, coordenador do organismo no Chade, país que faz fronteira com a parte oeste do Sudão, fez um alerta para a “crescente emergência humanitária” na parte leste do país, onde o número de refugiados sudaneses mais que triplicou.

“Desde abril de 2023, mais de 844 mil refugiados do Sudão atravessaram a fronteira com o Chade. Antes desta última crise, o Chade abrigava cerca de 409 mil deslocados sudaneses fugidos das precedentes ondas de conflito em Darfur [no oeste do Sudão] entre 2003 e 2023”, declarou Ahouansou, concluindo que “em pouco mais de dois anos, o país viu a população de refugiados aumentar, superando os 1,2 milhão de pessoas”.

De acordo com o Acnur, o fluxo mais recente no Chade teve início no fim de abril deste ano devido ao ataques cometidos por grupos armados em Darfur. As Nações Unidas ainda alertaram que o número de pessoas precisando de ajuda coloca “uma pressão insustentável sobre a capacidade de resposta do Chade”.

“Esta é uma crise de humanidade, de segurança e de infância. As vidas e o futuro de milhões de civis inocentes estão em jogo. Sem um aumento significativo no financiamento, a assistência vital não poderá ser prestada na escala e na velocidade necessárias”, concluiu.

(*) Com Ansa