ONU: quatro milhões fugiram da guerra no Sudão
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados denunciou que civis fogem 'aterrorizados, sob fogo, extorsão e restrições severas impostas por grupos armados'
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) informou, nesta terça-feira (03/06), que quatro milhões de pessoas fugiram do Sudão para países de fronteira devido à guerra local, que chegou ao seu segundo ano em 2025.
“Esses civis estão fugindo aterrorizados, muitos sob fogo, passando por postos de controle armados, extorsão e restrições severas impostas por grupos armados”, declarou a entidade.
In just over two years, the country has seen this refugee population surge to over 1.2 million people, far exceeding the number received during the previous two decades and placing unsustainable pressure on Chad’s ability to respond.
— UNHCR, the UN Refugee Agency (@Refugees) June 3, 2025
Definindo o fenômeno como “a crise de deslocados mais devastadora do mundo”, o Acnur alertou que “se o conflito continuar, outras milhares de pessoas continuarão a fugir, colocando em risco a estabilidade regional e global”.

UNHCR/X
Dossou Patrice Ahouansou, coordenador do organismo no Chade, país que faz fronteira com a parte oeste do Sudão, fez um alerta para a “crescente emergência humanitária” na parte leste do país, onde o número de refugiados sudaneses mais que triplicou.
“Desde abril de 2023, mais de 844 mil refugiados do Sudão atravessaram a fronteira com o Chade. Antes desta última crise, o Chade abrigava cerca de 409 mil deslocados sudaneses fugidos das precedentes ondas de conflito em Darfur [no oeste do Sudão] entre 2003 e 2023”, declarou Ahouansou, concluindo que “em pouco mais de dois anos, o país viu a população de refugiados aumentar, superando os 1,2 milhão de pessoas”.
De acordo com o Acnur, o fluxo mais recente no Chade teve início no fim de abril deste ano devido ao ataques cometidos por grupos armados em Darfur. As Nações Unidas ainda alertaram que o número de pessoas precisando de ajuda coloca “uma pressão insustentável sobre a capacidade de resposta do Chade”.
“Esta é uma crise de humanidade, de segurança e de infância. As vidas e o futuro de milhões de civis inocentes estão em jogo. Sem um aumento significativo no financiamento, a assistência vital não poderá ser prestada na escala e na velocidade necessárias”, concluiu.
(*) Com Ansa
