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Eleições 2020 nos EUA

Império americano está enfraquecido, diz historiador James Green

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Em entrevista a Opera Mundi, Green afirmou que, para ele, a invasão ao Capitólio foi uma tentativa de golpe nos Estados Unidos

Fernanda Forgerini

São Paulo (Brasil)
2021-01-07T20:53:00.000Z

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O historiador norte-americano James Green disse nesta quinta-feira (07/01) que o "império" dos Estados Unidos está "enfraquecido" após a invasão ao Capitólio, em Washington, por apoiadores do presidente Donald Trump. 

Em entrevista aos jornalistas Haroldo Ceravolo Sereza e Rafael Targino, de Opera Mundi, Green afirmou que o período de crescimento do país passou e, agora, o território norte-americano encontra-se com problemas econômicos, institucionais, políticos e polarizado. "O século XX foi o século dos Estados Unidos. Um império que cresceu, especialmente depois da Segundo Guerra Mundial, econômica e politicamente e com discursos democráticos. E esse império está enfraquecido, debilitado e com muitos problemas", disse.

Green declarou que, para ele, o episódio desta quarta-feira (06/01) foi uma tentativa de golpe de Trump quando provocou uma ação para impedir a certificação da vitória de Joe Biden e Kamala Harris. "Não um golpe parlamentar como foi com Dilma Rousseff. Trump tentou usar medidas para derrubar as eleições e, quando não deu certo, ele realmente quis criar uma confusão", afirmou.

O professor de história latino-americana e brasileira da Brown University ainda destacou o caráter "complexo e frágil" da democracia dos EUA e afirmou que as Forças Armadas, apesar de serem intervencionistas em outros países, não farão isso no próprio território. 

"Há uma tradição muito forte das Forças Armadas norte-americanas contra uma intervenção direta na política dos EUA. Mas eles não têm nenhum problema de intervir em outros país e participar de golpe em qualquer do mundo, mas há uma noção de que não se faz isso no território norte-americano", disse. 

Invasão ao Capitólio

Para o historiador, foi "chocante" assistir às cenas de "tumulto e caos" que aconteceram na tarde de quarta. "Houve um medo grande da possibilidade de acontecer atentados contra os deputados e senadores que estavam dentro do Congresso", disse. 

Green disse acreditar que uma das medidas futuras do Legislativo será a criação de uma comissão para investigar o motivo pelo qual a segurança do Capitólio permitiu a entrada dos manifestantes. "Isso é importante enfatizar, porque durante os protestos do Black Lives Matter foi recebida uma resposta muito forte. Se eles tivessem invadido o Capitólio seria milhares de pessoas massacradas. Não temos dúvidas sobre isso. É uma postura enorme entre negros e brancos protestando", afirmou.

Reveja a entrevista com historiador James Green:


Partido Republicano 

O professor também comentou sobre o futuro do Partido Republicano após a invasão e a saída de Trump do governo. Para Green, é necessária uma polarização "muito profunda" para haver uma quebra dentro do partido. Ele acredita em uma possível "ruptura de setores conservadores em marginalizar o papel de Trump". 

"[Trump] conseguiu contaminar milhões de mentes, as pessoas acreditam nas coisas que ele fala. Tudo que [Jair] Bolsonaro faz, Trump faz melhor. Ele consegue manter a fidelidade de um setor da sociedade", disse.

O historiador lembrou de alas dentro partido que já haviam abandonado o presidente e realizaram, inclusive, campanha para Biden nas eleições de 2020. Green não acredita que um processo de impeachment seja possível cronologicamente - Biden assume a presidência no próximo 20 de janeiro. "Vão tentar manter ele quieto em casa e esperar que ele volte para Flórida e descanse jogando golfe", declarou. 


AFP/Telam
Para historiador, invasão ao Capitólio foi uma tentativa de golpe nos Estados Unidos

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Eleições 2021 no Peru

Eleição no Peru: Com mais de 90% apurados, Castillo lidera, seguido por Keiko Fujimori; siga

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Números indicam realização de segundo turno nas eleições presidenciais, que acontecerá em junho; possível adversário de Castillo ainda está indefinido

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-04-13T22:26:00.000Z

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A apuração das eleições presidenciais do Peru ultrapassou a marca dos 91% na manhã desta terça-feira (13/04). O candidato do partido Peru Livre, Pedro Castillo, segue liderando a disputa com 19,07% dos votos. 

Os números indicam a realização de um segundo turno nas eleições presidenciais, que acontecerá em junho. Entretanto, a segunda vaga continua indefinida. Com 92,72% das atas computadas, a filha do ex-ditador Alberto Fujimori, Keiko Fujimori, do partido ultradireitista Força Popular, está na segunda posição com 13,37%.

Segundo Piero Corvetto Saniles, presidente da ONPE, a eleição deste domingo contou com 73,89% de participação. O voto no país é obrigatório.



No domingo (11/04), uma pesquisa boca de urna divulgada pelo instituto Ipsos Perú indicava a liderança de Castillo e o segundo lugar com Keiko Fujimori.

A apuração poderá levar semanas para ser concluída. O presidente do Júri Eleitoral Nacional (JNE) do Peru, Jorge Luis Salas, afirmou à TV Perú que uma projeção realizada pelo órgão indica que a confirmação de quais candidatos estarão no segundo turno das eleições poderá ser publicada somente na primeira semana de maio.

Reprodução
Castillo, 51 anos, é professor do ensino básico do país e lidera resultados

Quem é Pedro Castillo

Após a divulgação dos primeiros números, Castillo agradeceu aos peruanos e, em especial, aos professores. O candidato pelo Peru Livre é docente do ensino básico do país. "O povo se identifica com alguém que nasceu na mesma cidade e estou muito comprometido. Se o povo hoje foi às urnas para refletir isso democraticamente, e se o resultado foi diferente, também devemos aprender com isso. Ninguém nasce com o rótulo de político, líder ou autoridade, mas o caminho se faz ao andar e estou imensamente grato ao meu povo", disse.

Professor do ensino básico, com 51 anos de idade, o presidenciável teve reconhecimento nacional em 2017, quando liderou uma greve de profissionais da educação peruana. Quando jovem, o Castillo fazia parte de rondas campesinas, formas de organizações para combater os crimes que ocorriam nas zonas rurais do Peru, o que, ainda hoje, representa em suas caminhadas ao usar chapéu característico aos integrantes das rondas. 

Em sua campanha eleitoral, o candidato falou em uma participação popular e no chamamento para uma Constituinte no Peru. Pesquisas anteriores ao pleito deste domingo indicavam que a sigla Peru Livre de Castillo angariariam cerca de 6% na intenção de votos.

O partido Peru Livre é uma sigla que se define como "marxista-leninista-mariateguista". O partido propõe reformas como a destituição do Tribunal Constitucional do país, por considerar que o órgão é uma força aliada às elites do país. Peru Livre também defende uma reforma "total" em relação à política fiscal e tributária peruana e propõe a "nacionalização dos recursos estratégicos" da nação.

A entidade "condena" ingerências "imperialistas e neocoloniais", censurando "abertamente" o Grupo de Lima, organização fundada em 2017 por iniciativa do governo peruano sob a justificativa de "denunciar a ruptura da ordem democrática na Venezuela". O Grupo de Lima é formado por 13 países.

Dia de votação

O presidente do JNE do Peru disse que o processo de votação ocorreu de forma tranquila, sem nenhum registro de atos de violência ou manifestações. O Gabinete Nacional de Processos Eleitorais declarou que 99,96% das mesas de votação foram instaladas em todo o país.

As urnas peruanas foram abertas das 7h às 19h, horário local. O voto é obrigatório e seu não cumprimento pode gerar uma multa de cerca de R$300.

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