O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, se manifestou nesta quinta-feira (07/01) sobre a invasão ao Capitólio norte-americano por apoiadores de Donald Trump e pediu que parem de chamar de “fascistas” os “cidadãos de bem” que estiveram nos protestos.
“Há que parar de chamar 'fascistas' a cidadãos de bem quando se manifestam contra elementos do sistema político ou integrantes das instituições. Deslegitimar o povo na rua e nas redes só serve para manter estruturas de poder não democráticas e seus circuitos de interesse”, afirmou.
O chanceler chegou a “lamentar e condenar” o episódio, mas cogitou, sem apresentar provas, a “participação de elementos infiltrados na invasão”.
“Grande parte do povo americano se sente agredida e traída por sua classe política e desconfia do processo eleitoral”, disse Araújo.
As afirmações são similares com as feitas pelo presidente Jair Bolsonaro na noite de quarta-feira (06/01), horas depois da invasão.
Itamaraty
Ernesto Araújo ainda pediu investigação sobre supostos ‘infiltrados’ no episódio e disse que o povo ‘desconfia do processo eleitoral’
“Eu acompanhei tudo hoje. Vocês sabem que eu sou ligado ao Trump, né? Então vocês já sabem qual a minha resposta. Agora, muita denúncia de fraude, muita denúncia de fraude. Eu falei isso tempo atrás e a imprensa falou: 'Sem provas, o presidente Bolsonaro falou que Trump foi fraudado nas eleições americanas'. Eu acredito que sim, que foi descaradamente”, disse em um vídeo publicado nas redes sociais.
Mais de 50 ações judiciais – inclusive na Suprema Corte, que é dominada por juízes conservadores – rejeitaram as denúncias por falta de provas.
Mesmo derrotado nas urnas, na Justiça e pelo poder legislativo, Trump continua a dizer que houve fraude eleitoral e é o primeiro presidente dos EUA a não reconhecer a vitória de um adversário.
Bolsonaro foi um dos últimos no mundo a reconhecer a vitória de Joe Biden nas eleições de 3 de novembro, fazendo isso só após a votação do Colégio Eleitoral.