A chanceler alemã, Angela Merkel, disse ter ficado “furiosa e triste” com a invasão de apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Capitólio ocorrida nesta quarta-feira (06/01). Cerca de 53 pessoas foram presas e ao menos quatro morreram na ação.
“Lamento profundamente que o presidente Trump não reconheceu sua derrota nas eleições de novembro e que não fez isso nem ontem. Dúvidas foram levantadas sobre o êxito das eleições e isso preparou o clima para os eventos de ontem à noite”, disse Merkel durante uma reunião de seu partido nesta quinta-feira (07/01).
Merkel, que nunca escondeu suas diferenças com Trump, afirmou que a democracia norte-americana “se mostrará mais forte do que aqueles que a atacam” e que, em duas semanas, um novo capítulo democrático será aberto no país.
“É trágico que as pessoas perderam a vida nos fatos de ontem à noite. Mas, há um sinal de esperança que o Congresso continuou o seu trabalho noite adentro e que agora haja a confirmação definitiva da vitória eleitoral de Joe Biden e Kamala Harris, e que os Estados Unidos, em duas semanas, assim como deve ser, abrirão um novo capítulo da democracia do seu país”, disse ainda a chanceler.
Casa Branca
Merkel disse lamentar que Trump não tenha, até agora, reconhecido resultado da eleição
Netanyahu
O primeiro-ministro de Israel, Bejamin Netanyahu, um dos principais aliados internacionais de Trump, também falou nesta quinta-feira sobre o ataque ao Capitólio e classificou o episódio como “vergonhoso e que deve ser condenado com força”.
“Por gerações, a democracia dos EUA foi uma fonte de inspiração para o mundo inteiro e para Israel. Para mim, sempre foi inspiração. As desordens violentas foram o oposto dos valores que os norte-americanos e os israelenses consideram sagrados”, disse o premiê.
A fala de Netanyahu ocorreu durante uma coletiva de imprensa ao lado do secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin, que também condenou o ataque.
“A violência ocorrida na noite de ontem no Capitólio em Washington é completamente inaceitável. Agora, é a hora da nossa nação voltar a ser unida e respeitar o processo democrático nos EUA”, afirmou.