Uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (27/09) pelo canal alemão ARD mostra que 62% querem que o candidato social-democrata Olaf Scholz se torne o próximo chanceler, em substituição à conservadora Angela Merkel. O levantamento foi totalmente feito depois das eleições parlamentares do domingo (26/09).
Somente 16% são a favor que Armin Laschet, candidato de Merkel e governador da Renânia do Norte-Vestfália, a substitua no comando do país. Apesar de o SPD (Partido Social-Democrata da Alemanha), partido de Scholz, ter obtido o maior número de cadeiras no Bundestag, Laschet, representante da CDU (União Democrata-Cristã), disse que deseja liderar conversas de coalizão para assumir o poder.
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Além disso, 55% dos entrevistados pelo instituto infratest dimap preferem uma coalizão do SPD com os Verdes e o FDP (Partido Liberal-Democrata, de direita), que é conhecida na Alemanha como “coligação semáforo” (vermelho do SPD, amarelo do FDP e verde). Segundo a pesquisa, 33% querem a “coalizão Jamaica” (em referência às cores da bandeira do país caribenho: preto da CDU, amarelo do FDP e verde).
Antes mesmo da eleição, as pesquisas já demonstravam uma preferência dos alemães por um governo Scholz – o índice, que em uma pesquisa do mesmo instituto em setembro alcançava 43%, chegou nesta segunda a 62%. Laschet, por sua vez, manteve os 16% do levantamento anterior.
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Negociações para formação de governo na Alemanha
Menos de 24 horas depois do fechamento das urnas, as negociações para formação do novo governo alemão já estão em ritmo frenético. Verdes e FDP, os “fiéis da balança” de qualquer coalizão, podem conversar nos próximos dias antes de iniciarem os debates formais com SPD ou CDU. A sugestão de um pré-encontro foi dada pelo líder liberal Christian Lindner, que admitiu que há “grandes diferenças” programáticas entre as duas agremiações.
Um dos líderes dos Verdes, Robert Habeck, disse, por sua vez, que vê como “opção mais próxima” uma “coalizão semáforo” com o SPD, mas não fechou as portas para os democratas-cristãos.
Já Laschet começou a ouvir os primeiros pedidos para que renuncie à liderança da CDU e aceite a derrota para Scholz. O governador insiste em tentar formar uma “coalizão Jamaica”, mas, já durante seu discurso logo após a divulgação das primeiras pesquisas de boca de urna, admitiu que o resultado eleitoral do bloco – o pior da história – deveria fazer o partido “pensar”.
Scholz, por fim, nomeou uma equipe de seis pessoas para conduzir as negociações de formação de governo. “As eleitoras e os eleitores falaram de maneira muito clara”, afirmou nesta segunda, ao se referir aos resultados eleitorais.
A expectativa é que as negociações ainda durem meses. A ex-candidata dos Verdes Annalena Baerbock disse, no domingo, que o ideal é que haja um governo formado “antes do Natal”.