Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Coronavírus
  • Diplomacia
  • Cultura
  • Análise
  • Opinião
  • Podcasts
Eleições 2021 no Equador

Fecham as urnas no Equador; CNE pede desculpas por filas e elogia alta participação

Encaminhar Enviar por e-mail

Jornada eleitoral foi marcada por longas filas nos postos de votação do país; até às 13h30 locais (15h30 de Brasília) participação era de 62%

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-02-07T13:00:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Atualizada às 19h

Milhões de equatorianos foram às urnas neste domingo (07/02) para decidir o próximo presidente e os 137 novos congressistas que governarão o país até 2025.

A jornada eleitoral foi marcada por longas filas nos postos de votação do país. Também foram registradas aglomerações e eleitores se manifestaram preocupados com o risco de contágio pelo novo coronavírus. 

Momentos antes do fechamento das urnas, o candidato à Presidência Andrés Arauz, da coalizão de esquerda União pela Esperança (Unes), criticou os atrasos causados pelas filas e pediu ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que garanta o direito a voto a todos que estiverem esperando nos postos de votação antes do encerramento do pleito.

O CNE, por sua vez, no último boletim informativo realizado antes do fechamento, pediu desculpas pelas longas filas que se criaram nas zonas eleitorais, mas elogiou a alta participação que, até às 13h30 locais (15h30 de Brasília) era de 62%.

Nas últimas horas da votação, o órgão também decidiu flexibilizar algumas regras de biosegurança contra a covid-19 para, segundo o CNE, agilizar o processo de votação e diminuir a espera nas filas.


LEIA TAMBÉM

Equador decide se retoma legado de Correa ou segue com projeto neoliberal

Presidente do Parlasul: Missão no Equador é garantir que se respeite o resultado das urnas

Progressista x 'banqueiro': quem são os principais candidatos à Presidência do Equador?

Ameaças à esquerda marcam última semana da campanha presidencial no Equador

Andrés Arauz: Lawfare contra Rafael Correa segue mesma receita e narrativas de Brasil e Argentina


Cenário da disputa

Diante de um cenário de disputas jurídicas por candidaturas, denúncias prévias de fraude e suspeitas de possíveis suspensões do pleito, as forças progressistas, reunidas na coalizão União pela Esperança (Unes), chegam favoritas na disputa.

A candidatura de Andrés Arauz, um economista de 36 anos que trabalhou no governo do ex-presidente Rafael Correa, aparece liderando a maioria das pesquisas eleitorais e promete trazer o "correísmo" de volta ao comando do país.

Isso porque a política equatoriana foi palco de um rearranjo nos posicionamentos entre esquerda e direita após Lenín Moreno, atual presidente que era vice de Correa, abandonar sua plataforma de governo depois de eleito, em 2017, e aplicar medidas neoliberais.

"A traição de Moreno" é o termo mais utilizado pelos apoiadores de Arauz para definir os movimentos do mandatário e destacar o compromisso de retomada dos projetos iniciados durante os mandatos de Correa que começaram em 2007.

Segundo pesquisas, Arauz teria cerca de 28% das intenções de voto, seguido pelo ex-banqueiro Guillermo Lasso, que chega a pontuar aproximadamente 20%. Na terceira colocação, o candidato indígena Yaku Pérez aparece com 13%.

O resultado não seria suficiente para uma vitória da esquerda em primeiro turno, fato que só acontece se Arauz tiver mais de 50% dos votos ou receber 40% e abrir mais de 10 pontos percentuais em relação ao segundo colocado.

A esquerda ainda acusa Moreno de ter iniciado uma perseguição judicial contra quadros progressistas que se mantiveram fiéis aos projetos e propostas iniciadas durante os anos de Correa. O lawfare, termo utilizado para indicar o uso da justiça com finalidades políticas, foi denunciado pelos setores da esquerda nos casos da prisão do ex-vice-presidente Jorge Glas e nos processos contra Correa, que hoje vive na Bélgica, podendo ser preso se voltar ao Equador.

No caso do ex-presidente, os processos voltaram à tona durante a campanha eleitoral após Correa tentar se candidatar a vice na chapa de Arauz e ser impedido pela Justiça equatoriana.

Além das contendas judiciais que atravessam o jogo político do país, os candidatos chegam à disputa diante de uma crise sanitária provocada pelo novo coronavírus, uma política de cortes e austeridade iniciada por Moreno e as fortes mobilizações populares contra a plataforma neoliberal, com destaque para as marchas indígenas de 2019. Com altos níveis de rejeição, o atual presidente decidiu não se candidatar à reeleição.

CNE
Jornada eleitoral foi marcada por longas filas nos postos de votação do país

O economista e o banqueiro

Apesar de muito jovem, Andrés Arauz tem uma vasta formação acadêmica e já ocupou diversos cargos no governo de Correa. Formado em economia pela Universidade de Michigan, tem mestrado com especialização em economia do desenvolvimento pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO-Equador), e também é PhD em Economia Financeira pela Universidade Nacional Autônoma do México (Unam).

Arauz se tornou diretor do Banco Central do Equador em 2009, quando tinha 26 anos de idade. Também serviu como ministro do Conhecimento e Talento Humano e ministro da Cultura durante o governo de Correa.

Durante a campanha, o candidato da Unes prometeu reverter as políticas neoliberais de Moreno, criar bônus para trabalhadores afetados durante a pandemia, apostar na industrialização e, no âmbito internacional, resgatar organismos como a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), progressivamente abandonadas pelos governos de direita da região.

Sobre Correa, Arauz afirma que utilizaram o lawfare nos processos contra o ex-presidente e que, se sair vencedor das eleições, poderá chamar a liderança para um cargo de conselheiro de seu governo. 

Em entrevista a Opera Mundi, realizada em dezembro de 2020, o presidenciável disse que “o lawfare contra Rafael Correa foi aplicado exatamente com a mesma receita que foi aplicado contra Lula e Cristina [Kirchner]” e que, sob seu governo, os processos podem ser revisados. "No Equador, será o mesmo como foi na Bolívia. Sem pressão e sem manipulação para que seja revisado o processo contra Correa. E, assim, ele poderá voltar ao país", afirmou. 

O principal rival de Arauz nessas eleições é Guillermo Lasso, um empresário de 65 anos que é acionista do Banco Guayaquil e concorre à presidência pela coalizão de direita chamada Movimiento Creando Oportunidades, ou Movimento CREO. 

Disputando pela terceira vez a presidência do país, Lasso foi derrotado pelo atual presidente Moreno no pleito de 2017, mas se aproximou do governo após a guinada neoliberal do mandatário.

Lasso chegou a ser ministro da Economia do país em 1999, quando ocupou o cargo por um mês durante o episódio conhecido como Feriado Bancário, que congelou as contas de milhões de equatorianos, desvalorizou a então moeda nacional e provocou a dolarização da economia. O período foi reconhecido como uma das piores crises financeiras do país.

O candidato da direita é acusado de ter aumentado seu patrimônio em milhões de dólares por especulações financeiras durante o período. Além disso, Lasso aparece no vazamento dos Panama Papers como dono de 49 empresas offshores.

O banqueiro nega as acusações, diz não ter tido nenhuma participação no Feriado Bancário e que toda sua fortuna está no Equador. Sua principal defesa é apontar para os processos contra Correa e outros antigos membros do governo de esquerda por supostos casos de corrupção envolvendo a empreiteira brasileira Odebrecht.

Política e Economia

Só o seu apoio pode garantir uma imprensa independente, capaz de combater o reacionarismo político, cultural e econômico estimulado pela grande mídia. Quando construímos uma mídia alternativa forte, abrimos caminhos para um mundo mais igualitário e um país mais democrático. A partir de R$ 20 reais por mês, você pode nos ajudar a fazer mais e melhor o nosso trabalho em várias plataformas: site, redes sociais, vídeos, podcast. Entre nessa batalha por informações verdadeiras e que ajudem a mudar o mundo. Apoie Opera Mundi.

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Política e Economia

Guaidó é acusado de pedir desbloqueio de US$ 53 milhões aos EUA para governo paralelo

Encaminhar Enviar por e-mail

Valor seria 'orçamento anual' do gabinete do líder opositor, denuncia Jorge Rodríguez, presidente do Poder Legislativo

Michele de Mello

Brasil de Fato Brasil de Fato

Caracas (Venezuela)
2021-04-13T22:50:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, denunciou nesta terça-feira (13/04) que o ex-deputado Juan Guaidó pode desbloquear US$ 53, 2 milhões (cerca de R$265 milhões) nos Estados Unidos para manter a estrutura do governo paralelo. 

Segundo Rodríguez, Guaidó e seus aliados enviaram um orçamento anual ao Escritório de Controle de Bens Estrangeiros (OFAC - sigla em inglês), unidade do Departamento do Tesouro, que libera os dólares diretamente das contas venezuelanas em bancos nos EUA.

O montante seria dividido entre o gabinete da presidência de Guaidó, os seus escritórios de Assuntos Exteriores, deputados da antiga Assembleia Nacional, que seriam parte do seu “Conselho Administrativo”, e o canal TV Capitólio, responsável por cobrir atividades da oposição.

Somente para gastos pessoais do ex-deputado Juan Guaidó teriam sido indicados US$ 2 milhões. Os repasses atingem membros dos quatro maiores partidos da oposição, chamado G4: Vontade Popular, Primeiro Justiça, Ação Democrática e Um Novo Tempo.

Com base em gravações telefônicas do ex-deputado Sergio Vergara, assessor de Guaidó, a AN pode ter acesso aos detalhes do esquema de desvio de dinheiro público venezuelano.

Vergara foi um dos assessores de Guaidó que assinou o contrato com a empresa militar Silverscorp para colocar em prática a Operação Gedeón – tentativa de invasão paramilitar de maio de 2020.

Desde 2019, a Casa Branca reconhece o opositor Juan Guaidó como presidente encarregado da Venezuela, deixando sob sua responsabilidade o gerenciamento dos ativos públicos venezuelanos nos Estados Unidos, incluindo a maior empresa pública da Venezuela no exterior: Citgo Petroleum, filial da Pdvsa. 

A Citgo é avaliada em US$ 7 bilhões e tem uma capacidade de refino de 759 mil barris de petróleo anualmente.  Entre 2015 e 2017, teve um lucro de cerca de US$ 2,5 bilhões (R$ 10 bilhões). No esquema revelado por Jorge Rodríguez, a diretoria da Citgo teria acesso a US$ 1,15 milhão do orçamento.

Presidente da AN apresentou detalhes do esquema de desvio do dinheiro público venezuelano por parte da oposição aliada a Guaidó

O valor depositado nas contas dos opositores deveria servir para pagar gastos com transporte, alimentação, segurança e seus salários, como assessores políticos nomeados pelo autoproclamado Guaidó. 

"Esse dinheiro tem servido para comprar suas mansões em Miami. Roubar é a única atividade na qual Guaidó teve êxito", declarou o presidente do Legislativo.  

Neste ano, a OFAC solicitou ao setor guaidosista recortar o "orçamento" e este seria o motivo da reunião liderada por Vergara, que detalhou o passo a passo do repasse do dinheiro no exterior à oposição.   

Em resposta ao pedido do Departamento do Tesouro, Guaidó teria encerrado o programa "Heróis da Saúde", criado em 2020, para oferecer um bônus de US$ 100 como recompensa aos profissionais que trabalham no combate à pandemia na Venezuela. 

"Eles se roubam entre eles mesmos", acusa Rodríguez e aponta que, neste momento, há uma disputa dentro da oposição venezuelana entre Juan Guaidó e Leopoldo López, do partido Vontade Popular, contra Júlio Borges (Primeiro Justiça) e Henry Ramos Allup (Ação Democrática), para liderar o bloco opositor de extrema-direita e ter prioridade no acesso aos recursos financeiros. 

A Venezuela denuncia que possui US$ 7 bilhões bloqueados em entidades bancárias nos Estados Unidos e na União Europeia.

O governo venezuelano denuncia que Guaidó não cumpre com acordos assinados no ano passado para o desbloqueio de parte do dinheiro público que seria destinado para um fundo de combate à pandemia, gerenciado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Na última semana, Guaidó conseguiu sacar cerca de US$ 30 milhões (aproximadamente R$ 150 milhões) dos fundos depositados em Londres para cobrir gastos pessoais, mas se negou a liberar as reservas de ouro venezuelano retidas no Banco da Inglaterra.

Só o seu apoio pode garantir uma imprensa independente, capaz de combater o reacionarismo político, cultural e econômico estimulado pela grande mídia. Quando construímos uma mídia alternativa forte, abrimos caminhos para um mundo mais igualitário e um país mais democrático. A partir de R$ 20 reais por mês, você pode nos ajudar a fazer mais e melhor o nosso trabalho em várias plataformas: site, redes sociais, vídeos, podcast. Entre nessa batalha por informações verdadeiras e que ajudem a mudar o mundo. Apoie Opera Mundi.

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Rua Rui Barbosa, 381 - Sala 31
São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 3012-2408

  • Contato
  • Política e Economia
  • Coronavírus
  • Diplomacia
  • Cultura
  • Análise
  • Opinião
  • Expediente
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados