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Eleições 2021 no Equador

Equador: com 98% apurados, Arauz espera definição de oponente no 2º turno

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Dados do CNE apontam empate técnico entre Yaku Pérez e Guillermo Lasso; Andrés Arauz está confirmado na segunda etapa

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-02-08T13:06:00.000Z

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Atualizada às 19h50

Com 98,60% das urnas apuradas nas eleições presidenciais do Equador, o candidato do correísmo, Andrés Arauz, da coalizão progressista União pela Esperança (Unes), espera a definição de seu oponente no segundo turno, em uma disputa voto a voto entre o candidato de direita Guillermo Lasso e Yaku Pérez, representante do movimento indígena.

Segundo a Constituição do Equador, para vencer a eleição presidencial no primeiro turno, o candidato deve obter mais de 50% dos votos ou mais de 40% dos votos, abrindo 10 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado.

Este é o estado mais recente da apuração no país:

Já desde a contagem rápida - uma análise estatística realizada pelo CNE com base em uma amostra de 2.425 de atas de votação - os resultados contradiziam as pesquisas de boca de urna, que apontavam Arauz e Lasso garantidos no segundo turno.

Em pronunciamento após a divulgação dos dados da contagem rápida, Arauz criticou o CNE pela atitude de "divulgar resultados que só causam incertezas na população".

"Eles divulgaram a contagem rápida antes mesmo de ter concluído. Foi divulgado um subconjunto de um subconjunto de atas, o qual mostra um empate técnico entre o segundo e o terceiro candidato. De um ponto de vista matemático, não é recomendável publicar esse tipo de resultado, porque isso gera incerteza e indefinição", disse.

Arauz ainda celebrou os números alcançados por sua candidatura e disse que a vitória alcançada será traduzida por todo o país.

Pelo Twitter, Pérez, do partido Pachakutik, declarou que está no segundo turno e disse que foi o segundo colocado nas eleições. O candidato ainda pediu que seus apoiadores fiquem vigilantes à apuração dos votos. "Se for necessário, essa noite dormiremos do lado de fora do CNE para vigiar o respeito da decisão dos equatorianos", disse.

Lasso, direitista do Movimento CREO, por sua vez, afirmou ter "certeza" de que estará no segundo turno, mas pediu o respeito às leis e à apuração completa dos votos.

O candidato também fez críticas a seus rivais e disse que não permitirá que "os representantes dos maiores corruptos dos últimos 14 anos voltem a governar".


SIGA A COBERTURA COMPLETA DAS ELEIÇÕES 2021 NO EQUADOR



Reprodução
Arauz (maior) está no segundo turno; oponente será ou Yaku Pérez (acima), ou Guillermo Lasso (abaixo)

O economista, o empresário e o líder indígena

Apesar de muito jovem, Andrés Arauz tem uma vasta formação acadêmica e já ocupou diversos cargos no governo de Correa. Formado em economia pela Universidade de Michigan, tem mestrado em economia do desenvolvimento pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO-Equador), e também é PhD em Economia Financeira pela Universidade Nacional Autônoma do México (Unam).

Arauz foi diretor do Banco Central do Equador em 2009, quando tinha 26 anos de idade. Também serviu como ministro do Conhecimento e Talento Humano e ministro da Cultura durante o governo de Correa.

Durante a campanha, o candidato da Unes prometeu reverter as políticas neoliberais de Moreno, criar bônus para trabalhadores afetados durante a pandemia, apostar na industrialização e, no âmbito internacional, resgatar organismos como a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), progressivamente abandonadas pelos governos de direita da região.

O principal rival de Arauz nessas eleições é Guillermo Lasso, um empresário de 65 anos que é acionista do Banco Guayaquil e concorre à Presidência pela coalizão de direita chamada Movimiento Creando Oportunidades, ou Movimento CREO. 

Disputando pela terceira vez a presidência do país, Lasso foi derrotado pelo atual presidente Lenín Moreno no pleito de 2017, mas se aproximou do governo após a guinada neoliberal do mandatário.

Lasso chegou a ser ministro da Economia do país em 1999, quando ocupou o cargo por um mês durante o episódio conhecido como Feriado Bancário, que congelou as contas de milhões de equatorianos, desvalorizou a então moeda nacional e provocou a dolarização da economia. O período foi reconhecido como uma das piores crises financeiras do país.

O candidato da direita é acusado de ter aumentado seu patrimônio em milhões de dólares por especulações financeiras durante o período. Além disso, Lasso aparece no vazamento dos Panama Papers como dono de 49 empresas offshores.

Considerado uma surpresa nessas eleições, o líder indígena Yaku Pérez pode ir ao segundo turno das eleições presidenciais. Candidato pelo partido Pachakutik, ligado ao movimento indígena CONAIE, Pérez realizou sua campanha marcado pelas jornadas de protestos que ocorreram em 2019.

O presidenciável aposta em um programa ligado às pautas ecológicas, ao combate à mineração ilegal e à preservação ambiental dos recursos naturais do país. Entretanto, analistas políticos apontam semelhanças entre seu programa e o de Lasso, em pontos como o fim dos impostos sobre saída de capitais.

Além disso, Pérez é criticado por ter negociado com Lenín Moreno durante as manifestações de 2019 e apoiado reformas neoliberais do governo no Legislativo.

O cenário das eleições

As eleições presidenciais deste ano foram marcadas por um cenário de disputas jurídicas por candidaturas, denúncias prévias de fraude e suspeitas de possíveis suspensões do pleito.

A candidatura de Andrés Arauz promete trazer o "correísmo" de volta ao comando do país. Isso porque a política equatoriana foi palco de um rearranjo nos posicionamentos entre esquerda e direita após Lenín Moreno, atual presidente, que era vice de Correa, abandonar sua plataforma de governo depois de eleito e aplicar medidas neoliberais.

"A traição de Moreno" é o termo mais utilizado pelos apoiadores de Arauz para definir os movimentos do mandatário e destacar o compromisso de retomada dos projetos iniciados durante os mandatos de Correa que começaram em 2007.

A esquerda ainda acusa Moreno de ter iniciado uma perseguição judicial contra quadros progressistas que se mantiveram fiéis aos projetos e propostas iniciadas durante os anos de Correa. O lawfare, termo utilizado para indicar o uso da justiça com finalidades políticas, foi denunciado pelos setores da esquerda nos casos da prisão do ex-vice-presidente Jorge Glas e nos processos contra Correa, que hoje vive na Bélgica, podendo ser preso se voltar ao Equador.

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Eleições 2021 no Peru

Eleição no Peru: Com mais de 90% apurados, Castillo lidera, seguido por Keiko Fujimori; siga

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Números indicam realização de segundo turno nas eleições presidenciais, que acontecerá em junho; possível adversário de Castillo ainda está indefinido

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-04-13T22:26:00.000Z

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A apuração das eleições presidenciais do Peru ultrapassou a marca dos 91% na manhã desta terça-feira (13/04). O candidato do partido Peru Livre, Pedro Castillo, segue liderando a disputa com 19,07% dos votos. 

Os números indicam a realização de um segundo turno nas eleições presidenciais, que acontecerá em junho. Entretanto, a segunda vaga continua indefinida. Com 92,72% das atas computadas, a filha do ex-ditador Alberto Fujimori, Keiko Fujimori, do partido ultradireitista Força Popular, está na segunda posição com 13,37%.

Segundo Piero Corvetto Saniles, presidente da ONPE, a eleição deste domingo contou com 73,89% de participação. O voto no país é obrigatório.



No domingo (11/04), uma pesquisa boca de urna divulgada pelo instituto Ipsos Perú indicava a liderança de Castillo e o segundo lugar com Keiko Fujimori.

A apuração poderá levar semanas para ser concluída. O presidente do Júri Eleitoral Nacional (JNE) do Peru, Jorge Luis Salas, afirmou à TV Perú que uma projeção realizada pelo órgão indica que a confirmação de quais candidatos estarão no segundo turno das eleições poderá ser publicada somente na primeira semana de maio.

Reprodução
Castillo, 51 anos, é professor do ensino básico do país e lidera resultados

Quem é Pedro Castillo

Após a divulgação dos primeiros números, Castillo agradeceu aos peruanos e, em especial, aos professores. O candidato pelo Peru Livre é docente do ensino básico do país. "O povo se identifica com alguém que nasceu na mesma cidade e estou muito comprometido. Se o povo hoje foi às urnas para refletir isso democraticamente, e se o resultado foi diferente, também devemos aprender com isso. Ninguém nasce com o rótulo de político, líder ou autoridade, mas o caminho se faz ao andar e estou imensamente grato ao meu povo", disse.

Professor do ensino básico, com 51 anos de idade, o presidenciável teve reconhecimento nacional em 2017, quando liderou uma greve de profissionais da educação peruana. Quando jovem, o Castillo fazia parte de rondas campesinas, formas de organizações para combater os crimes que ocorriam nas zonas rurais do Peru, o que, ainda hoje, representa em suas caminhadas ao usar chapéu característico aos integrantes das rondas. 

Em sua campanha eleitoral, o candidato falou em uma participação popular e no chamamento para uma Constituinte no Peru. Pesquisas anteriores ao pleito deste domingo indicavam que a sigla Peru Livre de Castillo angariariam cerca de 6% na intenção de votos.

O partido Peru Livre é uma sigla que se define como "marxista-leninista-mariateguista". O partido propõe reformas como a destituição do Tribunal Constitucional do país, por considerar que o órgão é uma força aliada às elites do país. Peru Livre também defende uma reforma "total" em relação à política fiscal e tributária peruana e propõe a "nacionalização dos recursos estratégicos" da nação.

A entidade "condena" ingerências "imperialistas e neocoloniais", censurando "abertamente" o Grupo de Lima, organização fundada em 2017 por iniciativa do governo peruano sob a justificativa de "denunciar a ruptura da ordem democrática na Venezuela". O Grupo de Lima é formado por 13 países.

Dia de votação

O presidente do JNE do Peru disse que o processo de votação ocorreu de forma tranquila, sem nenhum registro de atos de violência ou manifestações. O Gabinete Nacional de Processos Eleitorais declarou que 99,96% das mesas de votação foram instaladas em todo o país.

As urnas peruanas foram abertas das 7h às 19h, horário local. O voto é obrigatório e seu não cumprimento pode gerar uma multa de cerca de R$300.

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