Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
Eleições 2022 na França

Mélenchon sobe 5 pontos em três meses e vira aposta da esquerda francesa na eleição presidencial

Encaminhar Enviar por e-mail

Divisão na extrema direita, com Le Pen e Zemmour, e menos candidatos no campo da esquerda ajudam a explicar subida de Jean-Luc Mélenchon; primeiro turno acontece em 10 de abril

Marana Borges

Paris (França)
2022-03-22T15:21:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

E se Jean-Luc Mélenchon fosse a grande surpresa das eleições presidenciais em 10 de abril? Esta é a aposta da esquerda na França, e que se viu reforçada pela última sondagem da Ifop, na qual Mélenchon aparece em terceiro lugar, com 14% das intenções de voto. O antigo ministro socialista e fundador do partido La France Insoumise aparece, assim, à frente do líder de extrema direita Éric Zemmour (12,5%) e se aproxima da também ultradireitista Marine Le Pen (18,5%), a segunda colocada. O atual presidente, o liberal Emmanuel Macron, lidera a lista com ampla vantagem (28%). 

Como é que o líder esquerdista conseguiu subir quase cinco pontos percentuais em três meses? A primeira explicação se encontra em um princípio de ‘desfragmentação’ da esquerda. Em dezembro, havia oito candidatos neste campo. Em março, quando foram validadas as candidaturas, ficaram seis nomes. Parte importante do eleitorado então disperso nas chapas que não vingaram se concentrou em Mélenchon.

Mas não é apenas a esquerda que está dividida. Na extrema direita, Zemmour, pela primeira vez candidato, despedaçou parte do eleitorado de Le Pen. O ex-colunista do jornal Le Figaro é conhecido por suas declarações de incitação ao ódio racial, e pautou grande parte do debate político. Seus elogios ao presidente Vladimir Putin, contudo, acabariam lhe custando votos após a eclosão da guerra contra a Ucrânia.

Face a um cenário político cada vez mais radical de direita, criou-se uma corrente no país pelo voto útil na France Insoumise. Até Segolène Royal, voz importante do Partido Socialista e ex-candidata em 2007, pediu o voto para Mélenchon, deixando a candidata de seu próprio partido, a atual prefeita de Paris, Anne Hidalgo (2%), com menos apoio. 

Esta não é a primeira vez em que Mélenchon disputa a presidência da França. Em todas vezes, cresceu nas pesquisas na reta final, mas os resultados foram frustrantes. Em 2012, por exemplo, o candidato também chegou aos 14% de intenções de voto, mas ficou em quarto lugar e fora do segundo turno contra o então presidente Nicolas Sarkozy e François Hollande, que terminou vencedor. Em 2017, movimento semelhante aconteceu, e o esquerdista chegou a marcar 18% de intenções de voto em algumas pesquisas. Terminou o primeiro turno novamente em quarto lugar, com 19,58%, atrás de Le Pen, Macron e do direitista François Fillon.

Se o gráfico não aparecer ou estiver ilegível, clique aqui

Reprodução/Facebook
Jean-Luc Mélenchon subiu cinco pontos em três meses e aparece em terceiro lugar nas pesquisas na França

Corajoso, loquaz, debochado ou utópico: quem é Mélenchon?

Loquaz e corajoso para os seus admiradores, debochado ou utópico para os seus críticos, Mélenchon, de 70 anos, propõe ambiciosas reformas: entre os pontos altos de seu programa, está a criação de uma nova República Francesa para dar mais poder ao Parlamento – e menos ao presidente. Cético em relação à União Europeia (ao contrário de Macron), ele critica a OTAN e o alinhamento político com os Estados Unidos, mas também condenou a invasão da Ucrânia. 

A ecologia é outro tema caro da campanha, com a aposta em acelerar a autonomia energética limpa e segura, sem depender da energia fóssil nem da nuclear. Suas críticas à energia de matriz nuclear, aliás, inviabilizaram uma chapa conjunta com o Partido Comunista Francês (PCF) – que apresentou candidato próprio, Fabien Roussel (4%). A energia atômica é apoiada por quase a totalidade dos candidatos, por ser produzida no país e ter baixa pegada de carbono. Mas Mélenchon é incisivo ao denunciar os riscos à segurança, e os conflitos armados na usina nuclear da Ucrânia são para ele um exemplo claro. 

Seus militantes sabem que a chave para a virada à esquerda também está nos abstencionistas, quase 30% do eleitorado. Em intensas campanhas de rua, seus seguidores explicam às pessoas como se inscrever nas listas eleitorais, um ato administrativo imprescindível para poder exercer o voto. "Cada pessoa, não importa quais são os seus engajamentos políticos ou tipo de vida, tem uma responsabilidade pessoal no desfecho desta eleição", disse este domingo Mélenchon, na maior passeata de campanha, perante dezenas de milhares de pessoas em Paris.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Diplomacia

Após afastamento, Israel e Turquia normalizam relações diplomáticas

Encaminhar Enviar por e-mail

Chanceler turco garante que país não irá 'desistir da causa palestina'

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-08-17T17:12:12.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Israel e Turquia anunciaram nesta quarta-feira (17/08) a normalização de suas relações diplomáticas, após anos de afastamento por causa das recorrentes ofensivas israelenses na Faixa de Gaza.

"Decidimos elevar mais uma vez o nível das relações entre os dois países para laços diplomáticos plenos", diz um comunicado do primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, divulgado após um telefonema com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Após o anúncio, o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, garantiu no entanto que o país "não vai desistir da causa palestina".

Wikimedia Commons
Presidente de Israel Isaac Herzog em visita à Turquia

O acordo prevê o retorno de embaixadores e cônsules e, segundo Lapid, é um "componente importante para a estabilidade regional".

As relações diplomáticas chegaram a ser congeladas em 2010, após a morte de 10 ativistas em um ataque de Israel contra um navio turco que tentava furar um bloqueio imposto a Gaza.

Os dois países se reconciliaram em 2016, mas voltaram a se afastar em 2018 e 2019, quando mais de 200 palestinos foram mortos pelas forças israelenses durante protestos na fronteira da Faixa de Gaza.

(*) Com Ansa. 

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados