O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, defendeu nesta quinta-feira (15/08) a realização de novas eleições como uma alternativa viável para solucionar a crise pós-eleitoral na Venezuela, instaurada pela oposição de extrema direita, liderada por María Corina Machado e o ex-candidato Edmundo González, que rejeita a vitória de Nicolás Maduro e o acusa de fraude.
Em rede social, o mandatário sugeriu o “fim das sanções” contra o governo venezuelano, a necessidade da anistia geral nacional e internacional, garantias totais de ação política e um “governo de coabitação transitório” até a realização de um novo pleito.
Levantamiento todas las sanciones contra Venezuela.
Amnistía general nacional e internacional.
Garantías totales a la acción política.
Gobierno de cohabitación transitorio.
Nuevas elecciones libres.
— Gustavo Petro (@petrogustavo) August 15, 2024
O posicionamento colombiano condiz com o do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, com o qual compõe, junto com Andrés Manuel López Obrador, do México, a tríade de mandatários latino-americanos que concentram os esforços para auxiliar a situação venezuelana.
Horas antes, em entrevista à Rádio T, em Curitiba, Lula havia sugerido um novo pleito “com ampla observação internacional” – uma ideia que já estava sendo sondada informalmente pelo assessor especial da Presidência brasileira, Celso Amorim, conforme a apuração de Opera Mundi – e a criação de um governo de coalizão na Venezuela.
Ainda nesta quinta-feira, durante conversa com a imprensa em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi questionado se apoiaria a realização de um novo pleito na Venezuela. O democrata respondeu “sim”. No entanto, momentos depois, a Casa Branca emitiu um comunicado afirmando que o mandatário teria se confundido.
De acordo com um porta-voz do Conselho Nacional de Segurança do governo norte-americano, Biden não havia entendido a pergunta feita por um dos jornalistas.
“O presidente estava falando sobre o absurdo de Maduro e de seus representantes não estarem sendo transparentes sobre as eleições de 28 de julho”, reiterou o órgão em nota encaminhada ao portal Metrópoles.
Diálogos entre Brasil, Colômbia e México
Diante da crise pós-eleitoral instaurada na Venezuela, os governos brasileiro, colombiano e mexicano iniciaram uma operação para mediar a situação do país caribenho e manter um canal de interlocução com o presidente Nicolás Maduro.
A tríade publicou duas notas conjuntas pedindo a divulgação das atas eleitorais pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), e não pela Justiça do país.
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, afirmou que não falaria com Lula e Petro até que o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) emitisse uma decisão oficial sobre as eleições do país, como respeito à soberania nacional. No entanto, sem Obrador, Lula e Petro mantiveram conversas na quarta-feira (14/08).
(*) Com Brasil de Fato