Atualização às 14h40
Sem apresentar provas ou evidências, o governo da Argentina reconheceu nesta sexta-feira (02/08) o candidato da oposição pela extrema direita Edmundo González Urrutia como vencedor das eleições de 28 de julho e presidente eleito da Venezuela.
Por meio das redes sociais, a ministra das Relações Exteriores argentina Diana Mondino justificou o posicionamento de Buenos Aires com base no site não oficial com atas eleitorais publicado pela oposição. Segundo esses dados, González teve 67% dos votos, contra 30% do presidente Nicolás Maduro.
Luego de ya varios días de publicadas las actas electorales oficiales de Venezuela en: https://t.co/iwMz5ceihs
Todos podemos confirmar, sin lugar a ninguna duda, que el legítimo ganador y Presidente electo es Edmundo González.
— Diana Mondino (@DianaMondino) August 2, 2024
“Todos podemos confirmar, sem lugar a nenhuma dúvida, que o legítimo ganhador e presidente eleito é Edmundo González”, escreveu Mondino.
O governo argentino também pediu a emissão de um mandado de prisão internacional contra o mandatário da Venezuela, que segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país, foi reeleito com 51,20% dos votos.
De acordo com o jornal argentino Pagina12, em consonância com a chancelaria argentina, o porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, referiu-se a Maduro como “ditador” que “perdeu as eleições”.
O representante ainda alegou que o mandatário “falsificou dados eleitorais de forma extremamente óbvia” e que “o chavismo vem destruindo a Venezuela há muitos anos”, segundo o portal local Clarín.
Crise diplomática entre Venezuela e Argentina
O reconhecimento do candidato da oposição de extrema direita como presidente eleito na Venezuela é mais um desdobramento da crise diplomática entre Buenos Aires e Caracas desde a eleição no último domingo.
Com o não reconhecimento de Maduro como presidente reeleito pelo mandatário Javier Milei, o governo chavista deu uma ordem de retirada do embaixador e corpo diplomático da Argentina em Caracas.
Os representantes argentinos em território venezuelano deixaram o país nesta quinta-feira (01/08). Desta forma, o Brasil assumiu o comando da embaixada do país em Caracas.
‘Evidências esmagadoras’
Após a Argentina, o Uruguai também reconheceu o candidato González como vencedor das eleições presidenciais na Venezuela.
“Em função de evidências esmagadoras, fica claro para o Uruguai que Edmundo González Urrutia obteve a maioria dos votos nas eleições presidenciais na Venezuela”, escreveu nas redes sociais o ministro das Relações Exteriores do país, Omar Paganini.
Paganini ainda disse esperar “que a vontade do povo venezuelano seja respeitada” e que “a verdade é o caminho da paz”.
En función de la evidencia abrumadora, resulta claro para Uruguay que Edmundo González Urrutia obtuvo la mayoría de votos en las elecciones presidenciales de Venezuela. Esperamos que la voluntad del pueblo venezolano sea respetada. “La verdad es el camino de la paz”. @EdmundoGU
— Omar Paganini (@OmarPaganini) August 2, 2024
O movimento da Argentina e do Uruguai acontece após o governo dos Estados Unidos reconhecer González como o vencedor do pleito presidencial, por meio de uma nota divulgada na noite desta quinta-feira (01/08).
Em comunicado do Departamento de Estado, o governo norte-americano disse, sem apresentar provas, que o candidato da Plataforma Unitária de extrema direita recebeu mais votos na eleição presidencial.
“Dadas as evidências esmagadoras, está claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano, que Edmundo González Urrutia teve o maior número de votos nas eleições de 28 de julho na Venezuela“, disse o secretário de Estado Antony Blinken.
(*) Com Ansa e Brasil de Fato