Brasil assume comando da embaixada argentina na Venezuela após crise diplomática

Apesar dos constantes ataques do presidente argentino Javier Milei ao mandatário brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil atendeu um apelo feito pelo Ministério das Relações Exteriores da Argentina e assumiu o comando da embaixada do país na Venezuela.

O pedido decorre após a embaixada argentina em Caracas ser fechada com a partida de seu corpo diplomático nesta quinta-feira (01/08). A medida ocorreu porque Milei e seus representantes não reconheceram a reeleição do mandatário venezuelano no pleito de 28 de julho.

Partida del personal de la Embajada argentina en Venezuela

En el día de la fecha, los funcionarios diplomáticos, consulares y agregados de defensa argentinos que prestaban funciones en la Embajada argentina en Caracas abandonarán el país como consecuencia de la intimación del… pic.twitter.com/MjchP2jnNs

— Cancillería Argentina 🇦🇷 (@Cancilleria_Ar) August 1, 2024

Ao assumir o prédio da representação argentina na Venezuela, o Brasil ficará responsável por cuidar do imóvel, documentos, arquivos e prestar serviços consulares aos cidadãos argentinos no país.

Além disso, o Brasil deve garantir a proteção de seis venezuelanos opositores ao governo Maduro, membros da coalizão Plataforma Unitária, de Maria Corina Machado, que alegam serem alvos de perseguição e que estão vivendo em asilo na embaixada da Argentina sob a proteção do governo Milei.

Essa não é a primeira intervenção diplomática brasileira pela crise entre Caracas e Buenos Aires. Anteriormente, Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais do presidente Lula, pediu a Maduro para que não ordenasse uma invasão à embaixada argentina e prisão dos opositores.

Através das redes sociais, Maria Corina Machado agradeceu ao governo brasileiro por ter aceitado assumir a custódia do prédio representativo.

“Agradecemos ao governo do Brasil pela disposição em assumir a representação diplomática e consular da República Argentina na Venezuela, e a proteção de sua sede e residência, bem como a integridade física de nossos colegas asilados na referida residência. Isto poderia contribuir para o avanço de um processo de negociação construtivo e eficaz como o que o Brasil tem apoiado”, escreveu a líder opositora, que alega suposta fraude eleitoral por parte do governo Maduro.

O Brasil deve, ainda, assumir também o comando da embaixada do Peru, cujo corpo diplomático também recebeu ordem de retirada pelo governo Maduro.

(*) Com Revista Fórum