Os governos do Brasil e da Venezuela firmaram um acordo nesta segunda-feira (05/08) para que os diplomatas brasileiros assumam o comando das embaixadas do Peru e da Argentina em Caracas. A decisão foi tomada após a representação diplomática desses países terem sido fechadas na Venezuela por desconhecerem a vitória eleitoral do presidente Nicolás Maduro, reeleito em 28 de julho.
De acordo com o comunicado conjunto publicado pelo Itamaraty e o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela, foi informado que “a custódia dos locais das Missões Diplomáticas da República Argentina e da República do Peru, incluindo seus bens e arquivos, bem como a representação de seus interesses e de seus nacionais em território venezuelano, sejam representadas, a partir de 5 de agosto de 2024, pela Embaixada da República Federativa do Brasil em Caracas”.
Na quinta-feira (01/08) passada, o Brasil havia anunciado que ficaria responsável pela administração da embaixada argentina na Venezuela, o que levou o presidente de extrema direita Javier Milei a agradecer publicamente o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, apesar dos constantes ataques ao mandatário brasileiro. Agora, a novidade é que o Brasil vai ficar também com a Embaixada do Peru.
Em nota, o governo peruano também agradeceu o gesto do Planalto pelo “apoio inestimável, que reflete o excelente estado de nossas relações bilaterais, que se baseiam em laços históricos e sólidos de amizade, cooperação e integração”.
Os chefes de estado da Argentina e Peru, além de não reconhecerem o resultado eleitoral venezuelano que definiu a reeleição de Maduro, alegaram que o vencedor foi o opositor Edmundo González, ainda que não tenha sido feita a auditoria dos resultados. Milei chegou a pedir que as Forças Armadas da Venezuela deponham Maduro à força.
Entre as nações que contestam a reeleição do mandatário venezuelano e tiveram suas representações diplomáticas fechadas em Caracas estão Chile, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e Uruguai.
(*) Com Agência Brasil