O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, mantiveram conversas telefônicas na sexta-feira (23/08) e neste sábado (24/08) a respeito da situação política na Venezuela.
Em declaração conjunta os governos brasileiro e colombiano afirmaram que não existe outra alternativa para a situação política na Venezuela senão o diálogo pacífico.
Ainda no documento apontam que ambos os presidentes estão convencidos da necessidade da divulgação das atas da eleição presidencial do último dia 28 de julho, desagregadas por seção de votação, para dar credibilidade ao processo eleitoral. Lula e Petro declararam que seguem aguardando tal divulgação.
“Como países vizinhos diretamente interessados na estabilidade da Venezuela e da região, e testemunhas dos Acordos de Barbados, o Brasil e a Colômbia mantêm abertos seus canais de comunicação com as partes e reiteram sua disposição de facilitar o entendimento entre elas”, reiterou a nota.
Vale recordar que o resultado das eleições ocorridas no dia 28 de julho, que deu vitória a Nicolás Maduro, foi validado pelo Tribunal Superior de Justiça (TSJ) venezuelano na quinta-feira (22/08).
Além disso, os dois países reiteraram a oposição à continuada aplicação de sanções unilaterais como instrumento de pressão contra a Venezuela, afirmando as medidas são “contrárias ao direito internacional e prejudicam a população dos países sancionados, em especial as camadas mais vulneráveis”.
Leia a nota na íntegra:
DECLARAÇÃO CONJUNTA DE BRASIL E COLÔMBIA
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro mantiveram ontem e hoje (23 e 24/8) conversas telefônicas sobre a questão das eleições presidenciais na Venezuela.
Ambos os presidentes permanecem convencidos de que a credibilidade do processo eleitoral somente poderá ser restabelecida mediante a publicação transparente dos dados desagregados por seção eleitoral e verificáveis.
A normalização política da Venezuela requer o reconhecimento de que não existe uma alternativa duradoura ao diálogo pacífico e à convivência democrática na diversidade.
Os dois presidentes conclamam todos os envolvidos a evitar recorrer a atos de violência e à repressão.
Como países vizinhos diretamente interessados na estabilidade da Venezuela e da região, e testemunhas dos Acordos de Barbados, Brasil e Colômbia mantêm abertos seus canais de comunicação com as partes e reiteram sua disposição de facilitar o entendimento entre elas.
Brasil e Colômbia tomam nota da decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela sobre o processo eleitoral. Reiteram que continuam a aguardar a divulgação, pelo CNE, das atas desagregadas por seção de votação. E relembram os compromissos assumidos pelo governo e pela oposição mediante a assinatura dos Acordos de Barbados, cujo espírito de transparência deve ser respeitado.
Manifestam também sua total oposição à continuada aplicação de sanções unilaterais como instrumento de pressão. Compartilham o entendimento de que sanções unilaterais são contrárias ao direito internacional e prejudicam a população dos países sancionados, em especial as camadas mais vulneráveis.
(*) Com Sputnik Brasil.