Mais de 100 observadores internacionais se reuniram nesta sexta-feira (26/07) no Centro de Convenções Simón Bolívar, em Caracas, para participar do fórum denominado “Encontro com Acompanhantes Internacionais”, onde falaram sobre o funcionamento do sistema eleitoral venezuelano.
O evento foi organizado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), principal órgão do Poder Eleitoral, que na Venezuela é um poder independente dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
O responsável pela abertura do fórum foi o deputado e primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, que garantiu que os convidados internacionais receberão em primeira mão as informações sobre o dia de votação.
“Aqui na Venezuela há eleições sempre que a Constituição determina, e aqui é o povo da Venezuela que vota. Não são eleições organizadas pelo Comando Sul (dos Estados Unidos), pelo Departamento de Estado ou pela União Europeia. As eleições na Venezuela são organizadas pelo Estado venezuelano, através do CNE”, enfatizou Cabello.
O deputado, famoso na Venezuela por ter sido figura chave para a superação do golpe de Estado contra Hugo Chávez em 2002, acrescentou que “em todos os processos eleitorais anteriores a este, o mundo também esteve atento ao que acontece em nosso país. Alguns falam de violência, falam de fraude, falam de pouca participação, cada um promove a sua narrativa, mas vocês que estão aqui poderão ter acesso à história autêntica em primeira mão”.
Impressões dos observadores
Um dos observadores internacionais é Sacha Llorenti, ex-representante permanente da Bolívia na Organização das Nações Unidas (ONU). A Opera Mundi, ele indicou que “há uma realidade dentro da Venezuela e outra que tentam instalar fora da Venezuela”.
“Nos últimos dias, nós temos visto muita paz, tranquilidade, uma cultura democrática construída há décadas e um espírito de participação e entusiasmo pelas eleições deste domingo. Porém, fora do país, há uma tentativa de construir um escudo midiático que fale de fraude eleitoral, que tenta desenhar uma estratégia que já experimentamos em outros países, como no caso da Bolívia”, acrescentou Llorenti.
O observador boliviano também afirmou que “esses apelos à fraude e ao não reconhecimento dos resultados são um prelúdio para gerar violência, ou para continuar com as sanções e com a pilhagem dos recursos naturais, econômicos e financeiros da Venezuela”.
Outro observador presente no evento foi o norte-americano David Paul, que visitou diversas vezes a Venezuela e manifestou estar impressionado com a recuperação econômica do país.
“Há mais comida e produtos nas lojas. Há um clima de paz e de maior segurança. Isso é algo que se percebe claramente, eu tenho sentido quando converso com as pessoas na rua. Acima de tudo, há um sentimento de confiança no sistema eleitoral”, comentou.
Por sua vez, Lewis Maghanga, observador do Quênia, disse a Opera Mundi que “o clima que se sente agora, pouco antes das eleições, é um clima de entusiasmo, e posso sentir que as pessoas estão realmente ansiosas para domingo.
“Isso nos faz entender porque a Venezuela costuma ter um elevado nível de participação eleitoral, com todos os setores sociais votando e acreditando no processo. Eu acho impressionante como as pessoas aqui são preparadas e conscientes sobre como participar em uma eleição”, afirmou o observador queniano.
Segundo as autoridades eleitorais venezuelanas, os resultados das eleições presidenciais deste domingo (28/07) serão anunciados pela CNE por volta das 22h, hora local (23h, pela hora de Brasília).