O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, candidato pela coalizão de esquerda Grande Pólo Patriótico, obteve 5,1 milhões de votos nas eleições presidenciais deste domingo (28/07), equivalentes a 51,20% do total, com os quais foi reeleito para o seu terceiro mandato.
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão máximo do Poder Eleitoral da Venezuela – que é independente do Executivo, Legislativo e Judiciário locais –, o cenário obtido após a apuração de mais de 80% das urnas apuradas é irreversível, e mostra que Maduro impôs uma vantagem de cerca de 700 mil votos sobre o segundo colocado, o ex-diplomata Edmundo González.
O principal candidato opositor, representante da Plataforma Unitaria, de extrema direita, reuniu 4,4 milhões, cerca de 44,02% dos votos.
As demais oito candidaturas presidenciais somadas conquistaram 4,60%, cerca de 462 mil votos no total. O CNE também informou que 59,77% dos cerca de 21,4 milhões de eleitores habilitados compareceram às urnas na jornada deste domingo.
Durante o anúncio das cifras, o presidente do CNE, Elvis Amoroso, relatou uma tentativa de ataque externo contra o centro do apuração, alegando que esta seria a razão pela qual houve demora na divulgação dos resultados.
Maduro pode superar Chávez e Bolívar
O terceiro mandato de Nicolás Maduro terá início em janeiro de 2025 e durará seis anos, com sua conclusão prevista para janeiro de 2031. O período de seis anos é similar ao atual, que foi iniciado em junho de 2018 – no total, este segundo mandato terá seis anos e sete meses, enquanto o primeiro durou cinco anos e dois meses.
Caso conclua este terceiro mandato recém conquistado, Maduro se tornará o presidente mais longevo da história da Venezuela, acumulando um total de 17 anos e nove meses no cargo.
Atualmente, o recorde pertence a Simón Bolívar, herói da independência da Venezuela e de boa parte dos países da América Latina. Ele governou o país por 16 anos e três meses, em quatro mandatos consecutivos, que duraram entre agosto de 1813 e novembro de 1829.
O segundo colocado em quantidade de anos no poder é o ditador Juan Vicente Gómez, que teve três mandatos não consecutivos durante o regime militar que o país viveu entre 1899 e 1936. Ao todo, Gómez acumulou 15 anos e sete meses na presidência da Venezuela, apesar de nunca ter sido eleito pelo voto direto.
Considerando apenas os mandatos respaldados democraticamente, o terceiro colocado é o antecessor de Maduro e patrono do chavismo. Hugo Chávez venceu quatro eleições e governou durante 14 anos e um mês, entre fevereiro de 1999 e março de 2013.
Contudo, há de se destacar que Chávez faleceu, devido a um câncer de cólon, meses depois de iniciar o seu quarto mandato, o qual, se tivesse chegado ao final, teria levado ele a completar 19 anos no poder.