O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) convocou neste sábado (03/08) uma Grande Marcha Nacional pela paz, defesa da democracia e em apoio à vitória de Nicolás Maduro como presidente reeleito do país.
A mobilização, convocada em todo o território, acontece após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) avançar na apuração dos votos e reafirmar a reeleição de Maduro, que angariou 6,4 milhões de votos, equivalentes a 51,95% do total apurado.
O presidente reeleito pediu ao seus apoiadores que permaneçam em constante mobilização contra os atos de violência gerados por setores extremistas da oposição, que, na última segunda-feira (29/07), causarem danos a estruturas públicas, sedes regionais do Poder Eleitoral, hospitais e unidades de transporte, entre outros.
Na capital Caracas, a marcha teve início na Avenida Libertador em direção a Puente Llaguno, que fica próximo ao Palácio Miraflores.
As mobilizações também foram registradas fora da capital, como em ao menos 18 municípios de Aragua, em Apure, Sucre, La Guaira e outras.
O dia de manifestações ocorre após o governo venezuelano denunciar que a suposta contagem apresentada pela coalizão opositora Plataforma Unitária em uma página da internet é repleta de fraudes. Segundo o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, os dados apresentados pela oposição contém irregularidades, como atas falsas ou minutas sem assinaturas de testemunhas e dos operadores das urnas.
“Revelamos a farsa, publicada num site, das supostas atas apresentadas pela extrema direita, sem dados sobre membros das mesas de voto, testemunhas, operadores de máquinas e até assinaturas falsas. A extrema direita nunca esteve disposta a reconhecer os resultados eleitorais!”, afirmou.
Pelo X (antigo Twitter) o PSUV publicou diversas imagens e vídeos da população nas ruas do país, afirmando que os venezuelanos “juntos” irão “defender a paz e soberania” do país.
Além da marcha, uma caravana motorizada percorreu as ruas de Caracas e outras cidades para depois se juntar às mobilizações.
Oposição nas ruas
A Plataforma Unitária também saiu às ruas para contestar o resultado das eleições de 28 de julho. A coalizão direitista alega que houve fraude no pleito após os resultados darem vitória a Maduro. Sem reconhecer a reeleição do atual presidente do país, os opositores falam que o verdadeiro vencedor seria Edmundo González Urrutia.
A convocação foi feita pela ex-deputada María Corina Machado, inabilitada para o exercício de cargos públicos e líder da oposição, que não reconhece o escrutínio oficial. No entanto, Urrutia não estava no ato.
A ausência de Urrutia não foi somente na mobilização, mas também na sexta-feira (02/08), quando decidiu não comparecer ao Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) para a perícia eleitoral, após recurso de proteção interposto por Maduro.
Na manifestação opositora, Corina disse que eles são os verdadeiros vencedores. Pelas redes sociais, a oposição publicou imagens de uma manifestação massiva, mas o chanceler venezuelano colocou em dúvida tal aglomeração.
Yvan Gil disse que as imagens são “chantagens” da oposição e que não traduzem a “realidade nas ruas” do país.
Estas son las imágenes aéreas al momento del discurso de las cabecillas de los Comanditos del Terror en Las Mercedes, Caracas, 3 de agosto de 2024 pic.twitter.com/s2nDTZjBAa
— Yvan Gil (@yvangil) August 3, 2024
(*) Com RT en espãnol.