O horário de votação na Venezuela, que começou às 6h (7h no horário de Brasília) deste domingo (28/07), e que define de um lado a continuidade do processo bolivariano representado por Nicolás Maduro; e do outro, a oposição com vários candidatos, dentre os quais se destaca a figura de Edmundo González Urrutia, o “candidato tampão” de Maria Corina Machado, foi encerrado.
No entanto, as seções que ainda registram filas com eleitores aguardando exercer o voto seguem abertas.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) informou durante a jornada de votação que havia uma grande quantidade de eleitores e que a votação transcorria com tranquilidade. “Às 6h da manhã estavam 100% dos técnicos em cada um dos centros eleitorais. Até agora temos 95% das mesas constituídas, é o último relatório”, informou o presidente do CNE, Elvis Amoroso.
Amoroso acrescentou que 30.026 mesas de votos permaneceram ativas durante todo o tempo e que o país tem uma infraestrutura eleitoral solida e que estava “funcionando perfeitamente para atender os mais de 21 milhões de eleitores”.
Com o fechamento das urnas, o órgão eleitoral pediu que a população venezuelana aguarde os boletins oficiais do pleito e não confiar em projeções que não sejam do CNE. O presidente do conselho alertou que os resultados serão transmitidos “quando já existir uma tendência irreversível”.
“Temos o melhor sistema eleitoral do mundo e muitos observadores internacionais reconhecem-no”, disse ele, afirmando que os mesmos observadores e testemunhas dos partidos políticos estiveram presentes durante as auditorias realizadas pelo CNE antes da realização das eleições presidenciais.
Respeito ao resultado
Maduro votou neste domingo em uma escola no centro de Caracas e disse estar confiante em sua vitória e do chavismo, enfatizando que “esta eleição está acontecendo em clima de paz e confiamos que seguirá assim até o final da jornada”.
Perguntado sobre a possibilidade de vitória eleitoral da oposição, Maduro afirmou que em um hipotético triunfo do candidato opositor Edmundo González, ele entregará o poder.
Na declaração, ele acrescentou uma provocação à oposição, ao lembrar que ele e outros sete candidatos assinaram o documento solicitado do CNE se comprometendo em reconhecer o resultado da apuração oficial, e que González Urrutia foi um dos dois candidatos que não assinou esse documento.
Como funciona o sistema eleitoral na Venezuela?
O CNE anunciou em maio que 21,4 milhões de venezuelanos estavam aptos a votar neste 28 de julho. Cerca de 69 mil deles estão fora do país.
A eleição para presidente na Venezuela tem apenas um turno. Ganha quem tiver o maior número de votos. O mandato para o presidente é de seis anos. No país, não há limite de reeleição para presidente. O atual chefe do Executivo é Nicolás Maduro, que concorre à reeleição para o 3º mandato. Antes dele, Hugo Chávez também foi eleito três vezes, mas morreu logo no início de sua 3ª gestão, em 2013.
Para votar, é preciso ter ao menos 18 anos e o voto não é obrigatório no país. Assim como o Brasil, a Venezuela também usa a urna eletrônica, mas a diferença é que no sistema venezuelano o voto também é impresso. O Conselho Nacional Eleitoral venezuelano contratou uma empresa em 2004 que desenvolveu e implementou mais de 500 mil máquinas e treinou 380 mil profissionais para operara-las.
O procedimento é simples. Os centros de votação são em escolas públicas. O eleitor entra na sala de votação, valida sua biometria e registra o voto na urna eletrônica. Ele recebe o comprovante impresso do voto, confere se está correto e o deposita em uma outra urna, onde ficam armazenados os votos em papel. Quando a votação é encerrada, o chefe da seção imprime o boletim de urna e faz a contagem dos votos impressos para conferir se estão de acordo.
Para estas eleições, estão presentes como observadores internacionais diversas entidades de distintos países como delegações da ONU, do Centro Carter, dos EUA, e da União Africana.
(*) Com Brasil de Fato.