Em discurso realizado nesta segunda-feira (19/08), transmitido para todo o país por rede nacional rádio e televisão, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou a coalizão de extrema direita Plataforma Unitária de organizar uma campanha liderada por artistas e influencers com o objetivo de reforçar a narrativa de que houve uma suposta fraude nas eleições realizadas no dia 28 de julho.
Segundo o mandatário bolivariano, “eles (Plataforma Unitária) substituíram a política, os partidos, a liderança política, pela ação através de influenciadores, muitos deles que transmitem direto de Miami. Acho que está muito claro neste momento quem são e de onde trazem seus ataques e discursos de ódio, tentando contaminar a sociedade venezuelana”.
Sem citar nomes, o presidente venezuelano acrescentou que “a extrema direita está descartando seus próprios dirigentes políticos e agora tenta impor uma voz única pela força do ódio e do fascismo, como vimos na encenação do último sábado”.
A declaração se refere à marcha opositora realizada no sábado (17/08), com o objetivo de mostrar apoio popular aos questionamentos sobre os resultados eleitorais de 28 de julho. Aquele ato, porém, aconteceu em simultâneo com uma grande mobilização de chavistas a favor de reconhecer a vitória eleitoral de Maduro.
“Chegará o dia em que a correlação de forças nas redes sociais mudará. Não vai demorar, e eles (oposição) perderão a hegemonia que têm hoje; serão construídas também no campo midiático”, afirmou.
Vale lembrar que, segundo dados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), maior autoridade eleitoral da Venezuela, o presidente Nicolás Maduro venceu as eleições de 28 de julho com 51,95% dos votos, contra 43,18% do candidato da Plataforma Unitária, Edmundo González Urrutia. O resultado está sendo auditado por decisão do Supremo Tribunal de Justiça (TSJ, por sua sigla em espanhol) do país, que deverá emitir um parecer sobre o caso nos próximos dias.
‘María Fascista’ e ‘Edmundo, o fugitivo’
Em outro momento do seu discurso, Maduro assegurou que o ex-candidato da Plataforma Unitária às eleições de julho, Edmundo González Urrutia, estaria preparando uma viagem a Miami, informação com a qual ele passou a chamar seu adversário nas eleições de julho de “Edmundo, o fugitivo”.
Mas Maduro não apelidou somente González Urrutia, também usou trocadilhos contra a líder opositora María Corina Machado, chamando-a ora de “María Violência Machado”, ora de “María Fascista Machado”.
“Em nossa marcha no sábado nós tivemos uma vitória tripla: derrotamos os influencers de Miami; derrotamos o ausente e covarde do Edmundo, o fugitivo; e derrotamos a María ‘Fascista’ Machado”, frisou o mandatário bolivariano.