O presidente reeleito na Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou na noite desta segunda-feira (29/07) que os atos violentos registrados em algumas regiões do país fazem parte de uma tentativa de golpe de Estado por parte da oposição que não reconheceu os resultados eleitorais.
Maduro disse que já conhece o “modus operandi” de como a direita atua no país, recordando o golpe de 2002 contra o então presidente Hugo Chávez e em outros episódios em que a oposição buscou insurreições golpistas após perder eleições.
Segundo ele, a direita fez o “possível para que as eleições fossem suspensas“, afirmando que, na véspera da eleição, grupos atacaram dois pontos estratégicos do sistema elétrico para provocar um apagão.
“O plano era conhecido antes, durante e depois do 28 de julho, porque a extrema direita fez todo o possível para um cenário violento de sabotagem avançada de serviços públicos como a eletricidade e provocando a suspensão das eleições”, disse.
Na noite de segunda, o governo disse que mais de 100 ataques foram registrados, sendo alvos as instituições, pontos de bloqueios, contra estátuas e políticos chavistas.
Inclusive, um grupo de 27 observadores internacionais foi encurralado por manifestantes da oposição quando estavam saindo de Caracas e se dirigiam para La Guaira, cidade onde está localizado o aeroporto internacional, de onde regressariam aos seus respectivos países.
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“Em grande parte, são grupos criminosos com ordens precisas de onde atacar. Estão tentando aproveitar este ponto para iniciar uma escalada de guarimba e não vamos permitir isso”, frisou Maduro.
As guarimbas são protestos usados principalmente pela oposição venezuelana que envolve a construção de barricadas nas ruas ou bloqueios de estradas e outras formas de ações violentas.
Para Maduro, por trás do plano da direita “estão os gringos“: “sempre estiveram. Antes, durante e depois de [Juan] Guaidó. Made in USA. São planos e este plano foi trabalhado por eles. Utilizar o processo eleitoral para prejudicar vocês. Vivem do dano permanente. Esse grupo é um grupo fascista, uma contrarrevolução violenta, fascista e criminosa”.
Marcha em defesa da paz
Após os atos violentos da direita, O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, convocou para esta terça-feira (30/07) o povo venezuelano, de diferentes pontos do país, ao Palácio de Miraflores.
De acordo com a convocação, a marcha será para celebrar a vitória de Maduro, preservar a paz e enfrentar a onda de desestabilização proposta pela direita.
“Apelamos ao povo amanhã para uma grande marcha em direção a Miraflores, a todas as forças, nas suas cidades, para defender a paz. Somos a maioria e por isso vamos às ruas defender a paz. Você tem direito à paz. Talvez o candidato em que você votou seja quem está gerando a violência”, disse ele.
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Rodríguez denunciou que a proposta da direita não é eleitoral, mas sim violenta e assassina, indicando ao mesmo tempo que “não se preocupam com eleições”, mas sim em utilizá-las “como meio para obterem o seu propósito”.
“Por isso que eles disseram fraude antes”, disse ele.
Conselho Nacional Eleitoral proclama Maduro vencedor
Maduro foi proclamado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) como vencedor das eleições de 28 de julho. Durante seu discurso na cerimônia, o presidente reeleito descreveu seu triunfo como “a batalha definitiva contra o fascismo foi travada nesta terra (Venezuela) e nós vencemos”.
“Derrotar o fascismo, derrotar os demônios, é um feito histórico e o nosso povo conseguiu. Superamos aqueles setores cuja estratégia era semear o ódio e a violência, e o povo venezuelano mostrou novamente que prefere a paz”, declarou o mandatário.
(*) Com Telesur.