Após o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela (STJ) convocar o opositor Edmundo González e o presidente Nicolás Maduro para comparecerem ao tribunal em meio à instabilidade política no país após as eleições, o atual mandatário confirmou presença frente à Corte, enquanto o representante da extrema direita rejeitou a convocação.
Além de Maduro e González, o STJ convocou, na noite da última terça-feira (06/08) outras figuras políticas e postulantes à Presidência nas eleições de 28 de julho.
Pronunciamiento de la Sala Electoral del TSJ
Caracas, 06 de agosto 2024 pic.twitter.com/Tcai4AxHds— TSJ Venezuela (@TSJ_Venezuela) August 7, 2024
As convocações decorrem de uma solicitação do presidente chavista para investigar e esclarecer as acusações de fraude eleitoral feitas pela extrema direita. Segundo a oposição, González obteve cerca de 70% dos votos, se autodeclarando como “presidente eleito”. No entanto, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro reeleito com 51,2%.
Segundo a presidente do Poder Judiciário, Caryslia Rodríguez, “o não comparecimento perante ao tribunal acarretará consequências”, de acordo com a lei judiciária do país.
González deveria comparecer ao órgão judicial às 11h (12h no horário de Brasília) desta quarta-feira (07/08), no entanto publicou um comunicado nas redes sociais nesta manhã rejeitando a convocação.
Por meio da nota, o ex-candidato da coalizão Plataforma Unitária negou comparecer à Corte porque a solicitação do STJ é uma “desfiguração das atribuições da jurisdição eleitoral”
Ante la pretendida citación a la Sala Electoral del Tribunal Supremo de Justicia pic.twitter.com/43Q2GfjrKG
— Edmundo González (@EdmundoGU) August 7, 2024
González aproveitou o comunicado para atacar a autoridade eleitoral do país, o CNE, afirmando que o órgão “não cumpriu as tarefas para eleger o Presidente da República para o mandato de 2025-2030”.
O ex-candidato da Plataforma Unitária ainda alegou que o resultado positivo ao atual mandatário foi anunciado sem “apuração oportuna” das atas eleitorais, acusando o CNE de “não produzir um resultado de eleição presidencial de acordo com a Constituição e a lei”.
Essa não é a primeira intimação do TSJ que González ignora. O opositor também não compareceu à primeira sessão, onde todos os demais candidatos presidenciais assinaram um termo aceitando os resultados da eleição.
Por sua vez, o presidente Maduro garantiu que comparecerá ao TSJ na próxima sexta-feira (09/08) e apresentará 100% das atas eleitorais. O mandatário ainda instou os demais ex-candidatos a cumprirem a convocação do Judiciário.
“Vou responder a todas as perguntas que o tribunal me fizer”, garantiu Maduro.
(*) Com Brasil247 e TeleSUR