Após vencer as eleições deste domingo (28/07), com mais de 51% dos votos, segundo informações do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro realizou um discurso para as dezenas de milhares de pessoas que foram comemorar sua reeleição em frente ao Palácio de Miraflores, sede do Poder Executivo, no centro de Caracas.
Já eram as primeiras horas da madrugada de segunda-feira (29/07), quando Maduro iniciou sua declaração, dizendo que “”é preciso agradecer ao povo da Venezuela pela sua tenacidade, pela sua perseverança, pela sua consciência. Por ter enfrentado uma tremenda guerra psicológica, todas as redes sociais e as campanhas diárias para favorecer os demônios”.
“Este é um triunfo da paz, do diálogo e do entendimento. Um triunfo do ideal republicano, das ideias de igualdade”, disse Maduro, minutos antes de lembrar que a vitória aconteceu no dia em que seu antecessor, Hugo Chávez, completaria 70 anos se estivesse vivo, razão pela qual terminou a frase dizendo “este triunfo, comandante Chávez, é o seu triunfo”.
O presidente também disse ser “um homem de paz e de diálogo” e que deseja promover consultas populares a partir de agosto, para que “as comunidades assumam e debatam a profundidade os projetos que pretendem promover em suas localidades, e para que eles sejam aprovados pelo voto popular.”
“Neste mandato que vocês me deram, juro que darei minha vida inteira para levar adiante todas as mudanças e transformações que precisam a nossa pátria para se redirecionar a um destino de prosperidade, de crescimento, de paz, de felicidade social. para resgatar todos os direitos vulnerados pela guerra econômica e pelos mísseis imperialistas”, disse Maduro.
Ataque hacker
Em outro momento do discurso, Maduro denunciou ataque hacker sofrido pelo centro de apuração do CNE em Caracas e fez alusão a que outros países poderiam estar envolvidos na ação.
“Hoje sofremos um ataque de hacker massivo à noite. Já sabemos de que país isso vem. Um ataque massivo ao sistema de transmissão da CNE porque os demônios não queriam que se contabilizasse e divulgasse o boletim oficial hoje”, afirmou o presidente reeleito.
Apesar de ter dito que “sabemos quem ordenou” o ataque hacker, Maduro pediu que o caso “fique sob responsabilidade da Procuradoria-Geral da República, que fará a investigação e garantirá que será feita justiça para o nosso povo”.
‘Milei, seu lixo’
Outro momento marcante do discurso foi a resposta que ele deu ao presidente argentino Javier Milei, que horas antes havia publicado uma mensagem em suas redes sociais anunciando uma suposta derrota eleitoral do líder venezuelano.
“Milei: você não me aguenta em um round, bicho covarde, traidor da pátria. Você é um pedaço de fascista. Este povo (da Venezuela) disse não ao capitalismo selvagem, não ao fascismo e, daqui de Caracas, a Venezuela diz não a Milei, não ao nazifascista de Milei”, bradou Maduro.
Após essa declaração, o público presente passou a corear o verso em espanhol “Milei, basura, vos sos la ditacdura” (cuja tradução seria “Milei, seu lixo, você é a ditadura”), e o próprio Maduro decidiu acompanhar o coro popular e repetir o refrão – que vem sendo bastante usado nos vários protestos contra o governo realizados este ano na Argentina.
Além das críticas a Milei, Maduro pediu aos países do mundo inteiro que respeitem os resultados emitidos pelo CNE. “Tem que respeitar a Constituição, tem que respeitar o árbitro. Que ninguém pretenda manchar esta jornada brilhante que tem tido o povo da Venezuela”, completou.