O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, apresentou nesta quarta-feira (21/08) um informe que que nenhuma das 25 mortes registadas durante os protestos promovidos pela extrema direita desde o dia seguinte às eleições de julho foi causada por ação das forças de segurança do Estado.
O relatório mostra o resultado de investigações feitas sobre os incidentes ocorridos desde o dia 29 de julho, um dia após as eleições presidenciais vencidas pelo presidente Nicolás Maduro, que alcançou sua segunda reeleição.
A coalizão de extrema direita Plataforma Unitária, cujo candidato Edmundo González Urrutia ficou em segundo lugar, não reconhece esse resultado e tem realizado seguidos protestos no país desde então, buscando invalidar o pleito.
Segundo Saab, as investigações do Ministério Público venezuelano mostram que 70% das vítimas foram mortas em ataques de grupos ligados a setores de extrema direita.
“Podemos comprovar que ao menos 17 dos casos foram provocados pela ação desses grupos extremistas, e que quase todas essas vítimas eram pessoas que foram atacadas por não aderirem à causa pela qual eles estavam se manifestando”, explicou o procurador.
Além da apresentação do informe sobre os casos de violência registrados durante os protestos da oposição, o procurador-geral venezuelano também ofereceu uma atualização das investigações sobre os ataques hackers realizados contra as instituições venezuelanas desde o dia das eleições no país, em 28 de julho.
Segundo Saab, a ação teria sido encabeçada por um hacker conhecido como Astra, que assumiu a responsabilidade pelo ataque cibernético ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), principal autoridade eleitoral da Venezuela, no momento em que se realizava a apuração das urnas eletrônicas.