O opositor venezuelano e ex-candidato presidencial pela extrema direita, Edmundo González Urrutia, declarou na noite da última segunda-feira (26/11) que pretende retornar a Caracas no próximo dia 10 de janeiro “para assumir o cargo de presidente” da nação sul-americana.
O político da Plataforma Unitária, de 75 anos, é procurado pelas autoridades venezuelanas sob acusação por “incitamento à desobediência” e “conspiração”, ligados aos protestos ocorridos após as eleições presidenciais e à publicação de atas eleitorais falsas, após acusar fraude no pleito de 28 de julho. Desde setembro passado, está na Espanha para asilo político.
“Estou disposto a assumir o mandato que o povo venezuelano me deu com a vitória de 28 de julho”, votação encerrada com a reeleição de Nicolás Maduro, com 51,2%, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país.
González especificou que seu plano “é estar lá [na Venezuela] e tomar posse naquele dia”. “Haverá tensão”, afirmou ainda o líder de extrema direita.
“Todos estão determinados a [fazer] que no dia 10 de janeiro comece a reconstrução da Venezuela. Para isso, contamos com o respaldo e o apoio de cada um de vocês onde estiverem”, disse ele em declaração à rádio W, da Colômbia.
Em entrevista à agência espanhola Efe, o opositor reforçou que está “moralmente preparado” para ser preso pelas autoridades venezuelanas, uma vez que tem mandados de prisão pendentes no país.
Constantemente comparado com Juan Guaidó, que também autodeclarou-se presidente da Venezuela em 2019, González tentou afastar-se do político.
Segundo ele, seu caso não é semelhante ao de Guaidó, tendo em vista que o então parlamentar foi eleito presidente interino “com base em um artigo da Constituição”, enquanto ele foi eleito por 7,3 milhões de pessoas, contra os 3 milhões obtidos por Maduro, de acordo com sua própria análise sobre o pleito, que não condiz com os resultados divulgados pela autoridade eleitoral do país, mas é reconhecida por alguns países europeus e os Estados Unidos.
(*) Com Ansa