Os governos de nove países latino-americanos emitiram um comunicado nesta segunda-feira (29/07) manifestando “profunda preocupação” referente às eleições presidenciais na Venezuela, ocorridas no dia anterior, que reelegeram o presidente Nicolás Maduro para seu terceiro mandato. As nações que se recusam a reconhecer o resultado do pleito também anunciaram que pretendem solicitar uma reunião de caráter emergencial do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA).
A decisão contempla os governos de Paraguai, Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai, que pediram uma “revisão completa dos resultados com a presença de observadores eleitorais independentes”.
“A contagem de votos deve ser transparente e os resultados não devem deixar dúvidas. Nossos governos solicitarão uma reunião urgente do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos para emitir uma resolução que salvaguarde a vontade popular, enquadrada na Carta Democrática e nos princípios fundamentais da democracia em nossa região”, diz o comunicado.
Comunicado sobre elecciones en Venezuela pic.twitter.com/CEbyjhBCGY
— Ministerio de Relaciones Exteriores (@mreparaguay) July 29, 2024
Antes do anúncio da vitória eleitoral de Maduro, no domingo (28/07), o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela denunciou uma “operação de intervenção” coordenada por “grupo de governos e potências estrangeiras”, sobretudo da extrema direita, contra o processo eleitoral do país, sendo um ataque ao “direito à livre autodeterminação e à soberania” venezuelana.
“Este grupo, uma versão do infame, extinto e derrotado Grupo de Lima, entre os quais estão funcionários do governo da Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e República Dominicana, juntamente com um grupo de políticos assassinos de aluguel de extrema direita especializados em desestabilizar governos na América Latina, como Iván Duque, Mauricio Macri, Andrés Pastrana, Oscar Arias, Marco Rubio e Rick Scott, pretendem distorcer o que foi expresso hoje em paz e com espírito cívico em nosso país, que nada mais é do que o exercício do direito de escolha do povo”, disse o texto publicado pelo ministro Yván Gil, em rede social.
#Comunicado 📢 Venezuela denuncia y alerta al mundo acerca de una operación de intervención en contra del proceso electoral, nuestro derecho a la libre autodeterminación y la soberanía de nuestra Patria, de parte de un grupo de Gobiernos y poderes extranjeros. pic.twitter.com/Q0hD84h3UY
— Yvan Gil (@yvangil) July 29, 2024
O comunicado foi emitido horas após o governo da Argentina, liderado pelo presidente de extrema direita Javier Milei, ter lançado uma declaração conjunta assinada pelos chanceleres da Costa Rica, Equador, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.
“Estamos acompanhando de perto os acontecimentos na Venezuela e consideramos essencial que haja garantias de que os resultados eleitorais respeitarão plenamente a vontade popular expressa pelo povo venezuelano nas urnas. Isso só pode ser alcançado por meio de uma contagem transparente de votos, que permita a verificação e o controle de observadores e delegados de todos os candidatos”, disseram.
Comunicado Conjunto sobre las elecciones en Venezuela
Los cancilleres de los países Argentina, Costa Rica, Ecuador, Panamá, Paraguay, Perú, República Dominicana y Uruguay seguimos de cerca los acontecimientos en Venezuela y consideramos indispensable que se cuente con garantías… pic.twitter.com/4rlL5Xk6SZ
— Cancillería Argentina 🇦🇷 (@CancilleriaARG) July 29, 2024