Em cerimônia realizada nesta segunda-feira (29/07), na sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o presidente da Venezuela foi proclamado oficialmente como vencedor das eleições presidenciais do país, realizadas neste domingo (28/07).
O evento oficializou os resultados divulgados na madrugada indicando uma vitória de Maduro, que obteve 51,20% dos votos válidos, superando o opositor de extrema direita Edmundo González, que ficou com 44,02%.
Durante seu discurso no CNE, Maduro descreveu seu triunfo neste domingo dizendo que “a batalha definitiva contra o fascismo foi travada nesta terra (Venezuela) e nós vencemos”.
“Derrotar o fascismo, derrotas os demônios, é um feito histórico e o nosso povo conseguiu. Superamos aqueles setores cuja estratégia era semear o ódio e a violência, e o povo venezuelano mostrou novamente que prefere a paz”, declarou o mandatário.
Em seguida, o presidente venezuelano fez críticas pessoais a duas figuras que ele considera como os principais aliados da extrema direita na Venezuela: o presidente argentino Javier Milei e o bilionário sul-africano Elon Musk.
Maduro também se referiu ao ataque realizado por hackers à central de apuração do CNE durante a contagem de votos, ação que teria retardado a entrega dos resultados eleitorais. O presidente voltou a pedir que o Ministério público do país realize uma “rigorosa investigação” sobre esse episódio.
“Eu digo aos envolvidos (no ataque hacker) e aos que apoiam esta operação contra a democracia venezuelana que nós já conhecemos esse filme e que dessa vez não haverá qualquer tipo de fragilidade (…) desta vez a Constituição será respeitada na Venezuela”, acrescentou.
Tentativa de golpe
Em outro momento do seu discurso, Maduro denunciou que “está em curso uma tentativa de golpe de Estado, promovido por forças de natureza fascista”.
“A extrema direita fascista e os mesmos grupos liderados pelo império norte-americano estão tentando impor novamente na Venezuela um golpe de Estado de natureza fascista e contrarrevolucionária. Eu poderia chamá-lo de uma espécie de Guaidó 2.0”, acusou Maduro.
O presidente reeleito da Venezuela disse, porém, que o clima no país após as eleições é de “paz em todo o nosso território, apesar dos esforços daqueles que desejam reinstalar a violência”.
“Nós já vimos esse filme aqui na Venezuela. Por um lado, as pessoas que querem a paz, a democracia, a prosperidade, o progresso. E por outro lado, elites cheias de ódio e com um projeto baseado em dividir os venezuelanos”, acrescentou.
Segundo Maduro, a tentativa de golpe é promovido “por essa mesma extrema direita fascista que hoje se cartelizou, toda a extrema direita fascista, o grupo Vox na Espanha; Álvaro Uribe Vélez e Iván Duque na Colômbia; o sociopata fascista nazista de Milei; Bolsonaro… a mesma extrema direita e os mesmos grupos liderados pelo império norte-americano são os que ensaiam esta operação”.