O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, classificou o alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, como “porta-voz do mal” pelas suas declarações sobre a situação pós-eleitoral no país sul-americano.
“Quando falamos sobre o depósito de lixo da história estamos nos referindo ao lugar onde Borrell está agora”, afirmou o político venezuelano, afirmando ainda que o europeu tem “as mãos manchadas de sangue”.
Gil também declarou que Borrell “é duplamente fracassado em suas tentativas de prejudicar o povo venezuelano, inventando governos fictícios”, referindo-se ao presidente autoproclamado Juan Guaidó, em 2019, e ao ex-candidato da oposição de extrema direita na eleição em 28 de julho, Edmundo González.
O ministro de Caracas afirmou que Borrell está “transformando a União Europeia em uma instituição decrépita, colonialista e bélica”.
As declarações ocorrem em meio à tensão em torno do asilo político a González acordado entre Venezuela e Espanha. O opositor chegou a Madri em 8 de setembro, em um agravamento da diplomacia após o Congresso dos Deputados de Espanha aprovar, a pedido da extrema-direita, ignorar a legitimidade de Nicolás Maduro, presidente reeleito em 28 de julho com 51,2% dos votos, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
A aprovação da proposta no Parlamento espanhol, além de ignorar a vitória chavista, busca reconhecer González como presidente eleito da Venezuela. Embora a proposta não tenha caráter vinculativo e não obrigue o governo a tomar tal medida, gerou reações intensas em Caracas.
Ataque terrorista contra Maduro
A resposta de Gil contra Borrell também aconteceu na esteira de um plano terrorista contra o presidente Nicolás Maduro desmantelado pelas autoridades de Caracas no último sábado (14/09), segundo o ministro do Interior, Justiça e Paz, Diosdado Cabello.
De acordo com a pasta, o plano foi articulado pela Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos e pelo Centro Nacional de Inteligência (CNI) da Espanha. A operação em questão tinha como objetivo assassinar o presidente venezuelano Maduro, a vice-presidente Delcy Rodríguez, o próprio Cabello e outros funcionários de alto escalão do governo.
Segundo o ministro, foram apreendidas 400 armas norte-americanas e 14 pessoas envolvidas foram presas. Entre os detidos, foi citado Wilber Joseph Castañeda, um oficial militar ativo dos Estados Unidos e, também, do Navy Seal, principal força de operações especiais da marinha norte-americana.
Em nota, o Departamento de Estado dos EUA considerou “categoricamente falsas” as acusações da Venezuela sobre o envolvimento da CIA no plano terrorista e que o país “continua apoiando uma solução democrática para a crise política”
(*) Com RT e TeleSUR