Nesta quarta-feira (28/08), Caracas será, mais uma vez, palco de duas marchas simultâneas para recordar, de diferentes pontos de vista, os resultados das eleições presidenciais deste ano na Venezuela, que aconteceram há exatamente um mês, no dia 28 de julho.
O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) convocou um ato no centro da capital do país para comemorar o resultado oficial anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que confirmou a vitória de Nicolás Maduro com 51,95% dos votos válidos, que o tornaram presidente reeleito do país.
O deputado e primeiro vice-presidente do PSUV, Diosdado Cabello, afirmou em entrevista ao canal público VTV que convocou nesta terça-feira as forças revolucionárias a marcharem para “celebrar o primeiro mês de vitória” de Maduro.
“Temos que celebrar, como nós chavistas sabemos fazer, com alegria, emoção e entusiasmo, em franca camaradagem, preparar a militância para uma revolução que se revise e que seja capaz de reajustando avanços, metas e objetivos”, ressaltou Cabello.
Ex-candidato desaparecido
Por sua parte, a coalizão de extrema direita Plataforma de Unitária realizou sua marcha na manhã desta mesma quarta-feira, mas sem a presença do ex-candidato presidencial do setor, Edmundo González Urrutia.
Assim como outros atos realizados pelos opositores, este também teve como palco o bairro de classe alta de Las Mercedes, e foi encabeçado pela ex-deputada María Corina Machado chegou acompanhada dos também ex-parlamentares Delsa Solórzano e Juan Pablo Guanipa.
Durante a manifestação, a líder opositora defendeu a narrativa de que houve uma fraude eleitoral e que sua coalizão possui provas de tal situação, e pediu aos seus apoiadores que não percam as esperanças de reverter o resultado anunciado pelo CNE.
A ausência de González do ato levantou mais dúvidas sobre seu paradeiro. Ele foi convocado duas vezes pelo Ministério Público venezuelano para prestar esclarecimentos sobre suas acusações de que houve uma fraude eleitoral nas eleições de julho, e apresentar as provas que alega possuir, mas não compareceu a nenhuma das entrevistas.
A promotoria investiga se o ex-candidato teria cometido crimes de usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência das leis, entre outros.