Venezuela acusa EUA e Espanha de tentarem executar plano terrorista contra o país
Ministro do Interior Diosdado Cabello afirma que última operação desmantelada pelas forças de segurança terminou com apreensão de mais de 500 armas e prisão de um grupo de mercenários
O Ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, afirmou nesta quinta-feira (17/10), em coletiva para a imprensa local, que as forças de segurança – incluindo Forças Armadas, Guarda Bolivariana e polícias – desmontaram planos terroristas organizados contra o país com o apoio de instituições da Espanha e dos Estados Unidos.
Na entrevista, Cabello disse que as investigações sobre operações estrangeiras desarticuladas desde o mês de agosto envolvem a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, por sua sigla em inglês), o Departamento de Enfrentamento às Drogas dos Estados Unidos (DEA, por sua sigla em inglês) e a Central Nacional de Inteligência da Espanha (CNI).
O ministro relatou que a última operação foi descoberta e desmantelada há uma semana, terminando com a prisão de um grupo de mercenários e a apreensão de centenas de fuzis e outras armas, que estavam escondidas em um carregamento que o grupo tentou ingressar de forma clandestina ao país.
O informe do Ministério do Interior, apresentado durante a entrevista, indica que mais de 500 armas foram apreendidas no carregamento interceptado, a maioria delas fabricadas nos Estados Unidos e em Israel.
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Outro trecho do relatório relata que o grupo contava com outros 33 fuzis que teriam sido roubados de instituições militares e policiais venezuelanas.
“(Esses grupos) estão tentando executar um golpe contra a República Bolivariana da Venezuela, mas não conseguiram até agora. Os vínculos com a oposição estão claros. Os líderes opositores em Miami admitem que nada disso é feito sem a autorização prévia da María Corina Machado (líder da extrema direita venezuelana). Ela mesma só não admite porque sabe que não lhe convém”, frisou Cabello, durante a coletiva.

Ministério do Interior da Venezuela
Segundo Diosdado Cabello, a CIA e a DEA dos Estados Unidos estariam envolvidas com tentativas de ações terroristas na Venezuela
O ministro do Interior acrescentou que as autoridades venezuelanas obtiveram informações dos celulares de mercenários presos e dessa forma teriam comprovado o elo desses paramilitares com organizações norte-americanas e espanholas.
O informe também especifica que entre os mercenários detidos há pessoas de mais de dez países diferentes, embora a maioria seja de cidadãos norte-americanos, peruanos e colombianos.
Um dos terroristas presos seria Jonathan Pagan González, cidadão norte-americano detido no estado de Zulia cuja missão era infiltrar-se em organizações religiosas, nas quais contava com o apoio de grupos políticos vinculados à extrema direita venezuelana.
Outro detalhe apontado pelo informe do Ministério do Interior é que muitos dos fuzis apreendidos estavam marcados com a chamada “bandeira de Gadsden”, utilizada por grupos ultraliberais como símbolo de revolta contra o Estado – se trata da bandeira amarela com uma cobra no meio e o lema “don´t tread on me”, ou “não pise em mim”.
Antes de concluir a coletiva, Cabello disse que as informações sobre a apreensão de armas estão sendo compartilhadas com a Interpol, e que também foram solicitadas informações ao governo da Colômbia, uma vez que as investigações indicariam que muitos dos mercenários presos formariam parte de organizações paramilitares de extrema direita que atuam no país vizinho.