Em uma nota conjunta com o governo da Colômbia, divulgada na noite dessa terça-feira (03/09), o Brasil manifestou “profunda preocupação” com a decisão da Procuradoria-Geral da Venezuela de pedir a prisão de Edmundo González, um dos líderes da oposição de extrema direita e ex-candidato às eleições presidenciais de 28 de julho.
Os governos brasileiro e colombiano consideraram que o pedido de prisão de González afeta os compromissos assumidos nos Acordos de Barbados, quando governo e oposição, mediados pela Noruega, firmaram compromissos envolvendo um processo eleitoral democrático no país sul-americano.
O documento ainda declara que o mandado de prisão “dificulta a busca por solução pacífica, com base no diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas”.
O pedido de prisão contra Edmundo González foi emitido após ele não comparecer pela terceira vez à sede do Ministério Público para explicar a publicação de supostas atas eleitorais que dariam vitória a ele nas eleições ocorridas em 28 de julho. A oposição diz ter publicado mais de 80% das atas na internet que comprovariam a vitória de González. O governo, no entanto, acusa a oposição de falsificar mais de 9 mil atas publicadas na rede.
Apesar da resistência da extrema direita, em 22 de agosto, após finalizado o processo de auditoria das atas relativas às eleições, o Supremo Tribunal de Justiça venezuelano (TSJ, por sua sigla em espanhol) certificou os resultados emitidos pelo Conselho Nacional Eleitoral, os quais indicam a vitória de Nicolás Maduro com 51,92% dos votos válidos, enquanto a derrota de González, com 43,18%.
(*) Com Agência Brasil e Ansa