O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela rejeitou nesta terça-feira (13/08) o relatório preliminar divulgado pelo grupo de especialistas eleitorais das Nações Unidas (ONU) no qual decidem que o resultado do pleito de 28 de julho que definiu a vitória do presidente Nicolás Maduro “não cumpriu medidas básicas de transparência e integridade”.
De acordo com a pasta, o Painel de Peritos Eleitorais da ONU espalha “uma série de mentiras, violando em conteúdo e método, não apenas os princípios que regem o funcionamento dos grupos de especialistas, mas também os Termos de Referência assinados com o Poder Eleitoral venezuelano”, ou seja, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Isso porque, segundo o governo venezuelano, durante as eleições presidenciais no país, os membros do painel da ONU mantiveram contato com funcionários do Departamento de Estado dos EUA.
“Não há dúvida de que suas declarações são produto das instruções hostis que emanam deste órgão (norte-americano)”, afirma a chancelaria em comunicado, acrescentando que o posicionamento dos especialistas “mina a confiança nos mecanismos projetados para cooperação e assistência técnica”, uma vez que eles tiveram acesso a todas as fases do processo eleitoral e verificaram, em primeira mão, o funcionamento do sistema de urnas.
“A opinião emitida em sua carta irresponsável nada mais é do que um ato de propaganda que serve aos interesses golpistas da extrema direita venezuelana”, argumenta a nota.
No mesmo dia, durante uma sessão da Assembleia Nacional da Venezuela sobre a “Lei contra o Fascismo, o Neofascismo e Expressões Similares”, o presidente do órgão legislativo, Jorge Rodríguez, referiu-se aos especialistas eleitorais da ONU de “lixo”, uma vez que inicialmente o relatório tinha caráter confidencial. Além disso, propôs a proibição de observadores “estrangeiros” em futuras eleições.
“Esse painel de especialistas é um painel de lixo, sem mais. Eles assinaram (um acordo) dizendo que o relatório é privado e que apenas o poder eleitoral da Venezuela e o secretário-geral das Nações Unidas (António Guterres) teriam acesso. Mas eles anunciaram que vão torná-lo público. Eles acabaram de anunciar hoje”, disse Rodríguez.
(*) Com Telesur