Quarta-feira, 21 de maio de 2025
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O ex-candidato da oposição à Presidência da Venezuela pela coalizão de extrema direita Plataforma Unitária, Edmundo González Urrutia, pediu asilo político e deixou o país sul-americano em direção à Espanha.

González Urrutia, de 75 anos, tinha um mandado de prisão pendente na Venezuela por vários crimes, incluindo “incitamento à desobediência” e “conspiração”, ligados aos protestos ocorridos após as eleições presidenciais e à publicação de atas eleitorais falsas, após acusar fraude no pleito de 28 de julho e não respeitar a reeleição de Nicolás Maduro, com 51,2%, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

A informação foi confirmada pela vice-presidente do país, Delcy Rodríguez por meio das redes sociais, na madrugada deste domingo (08/09).

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“Hoje, 7 de setembro, o cidadão da oposição Edmundo González Urrutia, refugiado voluntário na embaixada de Espanha em Caracas há vários dias, abandonou o país e solicitou asilo político ao Governo espanhol”, informou a vice do presidente Nicolás Maduro.

 

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Uma publicação compartilhada por Delcy Rodríguez (@delcyrodriguezv)

Rodríguez ainda informou que o governo venezuelano manteve “contatos pertinentes” com a Espanha e “após as diligências necessárias e em conformidade com o direito internacional, a Venezuela concedeu os salvo-condutos necessários” para o asilo de González com o objetivo de manter “a paz e a tranquilidade política” em Caracas.

Opositor venezuelano, Edmundo González
Adriana Núñez Rabascall (VOA)/Wikicommons
Procedimento para partida de González à Espanha teria começado há duas semanas

A partida de González a Madri também foi confirmada pelo ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares.

Em uma publicação nas redes sociais, o político espanhol declarou que o opositor teve sua solicitação “processada e concedida” pelo governo local, de modo que que viajou até Madri em um avião da Força Aérea Espanhola.

A representante ainda ressaltou que a conduta “reafirma o respeito pela lei” que a Venezuela prevalece diante da comunidade internacional.

A operação diplomática que resultou na saída de González da Venezuela teria começado com uma hospedagem secreta na embaixada holandesa em Caracas durante mais de um mês após o opositor ter feito um “pedido urgente”, segundo o ministro das Relações Exteriores da Holanda, Caspar Veldkamp.

Em relação ao asilo espanhol, a teria sido organizado há duas semanas e, segundo informações da imprensa europeia, o ex-presidente espanhol José Luis Rodríguez Zapatero exerceu um papel fundamental no processo.

Já o atual mandatário da Espanha, Pedro Sánchez, definiu o opositor de Maduro, que se refugiou na embaixada espanhola em Caracas, como “um herói”, garantindo que Madri não o abandonaria.

“De casa em casa”

Apesar da mais recente decisão diplomática, José Vicente Haro, advogado de González, declarou na última terça-feira (03/09) que o opositor não considerava pedir asilo político em nenhuma embaixada em Caracas após os mandados de prisão emitidos contra ele.

“Esse cenário não está proposto porque o senhor Edmundo González, em uma decisão muito pessoal, corajosa e admirável, decidiu permanecer em resguardo, mas em território venezuelano”, afirmou Haro à Rádio W, da Colômbia. O advogado ainda disse que o opositor permaneceria “de casa em casa” para evitar que o MP efetuasse a prisão.

(*) Com Ansa