A manifestação convocada pela líder da extrema direita venezuelana, María Corina Machado, no último domingo (01/12) em Caracas, foi marcada por baixa adesão popular apesar da convocação por protestos massivos pela opositora ao governo de Nicolás Maduro, segundo a imprensa local.
O objetivo do ato era exigir que o Tribunal Penal Internacional (TPI) investigasse supostos crimes contra a humanidade que teriam sido cometidos pelo governo venezuelano, além de pedir a libertação de presos políticos no país.
Além de pouco participação popular, diferentemente dos protestos violentos também convocados por Machado e o ex-candidato presidencial pela Plataforma Unitaria, Edmundo González, após as eleições em julho passado, a própria líder não compareceu às ruas com seus apoiadores.
Na Venezuela, Machado vive em clandestinidade para não ser presa. Em agosto passado, o Ministério Público do país abriu investigação criminal contra Machado e González pela suposta prática dos crimes de usurpação de funções, divulgação de informações falsas para causar tumulto, instigação à desobediência às leis, insurreição, associação para cometer crime e conspiração após as denunciar suposta fraude nas eleições presidenciais de julho, as quais reelegeram Maduro com 51,2% dos votos, de acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país.
Diferentemente de Machado, González vive em asilo político na Espanha após os mandados do MP.
A manifestação ocorreu não apenas em Caracas, mas em diversos países do mundo como Uruguai, Alemanha, Espanha e Estados Unidos. A campanha internacional da chapa política de Machado e González informou que oito milhões de pessoas se reuniram nesses atos ao redor do mundo. Contudo, as fotos dos protestos mostram pequenos grupos de apoiadores em cada país.
Desde Buenos Aires 🇦🇷, venezolanos alzan la voz exigiéndole a la #CPIActuaYaXVzla.
¡Justicia YA!
¡Libertad YA!#El10DeEneroEsYa 🇻🇪 pic.twitter.com/RuEpO8unDw
— Mundo Con Vzla (@MundoConVzla) December 1, 2024
Reação de Maduro
O presidente Maduro reagiu ao protesto convocado pela oposição e declarou, de um ato paralelo também em Caracas: “À tóxica [Machado] e ao bêbado tóxico que vive em Madri [González], digo que se não podem apoiar a Venezuela, pelo menos não a prejudiquem. Chega! Parem de fazer o mal e de conspirar! Quem não quiser ajudar, pelo menos não faça merda!”.
O mandatário venezuelano encontrou as marchas que saíram de diversas cidades do país na sede da Presidência do país, o Palácio de Miraflores. O evento celebrava a chegada do mês de dezembro juntamente com a Grande Tomada Cultural de Caracas, exaltando também a resistência do país contra o capitalismo e a hegemonia ocidental.
“A maior vacina contra a decadência moral e cultural do império e da extrema direita, que querem destruir os valores das crianças e da família, é defender nossa cultura, nossos valores e passá-los adiante”, declarou Maduro no evento.
(*) Com TeleSUR e informações do Últimas Noticias Venezuela